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Capital

Defesa de Christian parte para teoria de acidente durante tentativa de socorro

“Tinha um papel, cuidar das crianças e eu não consegui”, Christian disse ao saber que menina tinha morrido

Por Kamila Alcântara e Ana Beatriz Rodrigues | 05/12/2024 17:29
Willer Souza de Almeida e Renato Cavalcante Franco, advogados de defesa de Christian Campoçano Leitheim (Foto: Paulo Francis)
Willer Souza de Almeida e Renato Cavalcante Franco, advogados de defesa de Christian Campoçano Leitheim (Foto: Paulo Francis)

Em uma apresentação de quase 75 minutos, os advogados Renato Cavalcante Franco e Willer Souza de Almeida, que compõem a defesa de Christian Campoçano Leitheim, apresentaram a tese de que Sophia Ocampo morreu por “falta de aptidão técnica para realizar manobra cardiorrespiratória”.

RESUMO

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Durante a defesa de Christian Campoçano Leitheim, seus advogados argumentaram que a morte de Sophia Ocampo foi causada pela falta de aptidão técnica para realizar manobras de ressuscitação, e não por homicídio qualificado. Eles apresentaram conversas entre Christian e sua parceira, que mostraram tentativas de entender a condição da criança antes de sua morte. Além disso, em relação às acusações de estupro, os advogados defenderam a inocência de Christian, afirmando que não houve provas suficientes para sustentá-las, e que ele se ofereceu para fornecer material genético, que não provou sua culpabilidade. O júri deve voltar a se reunir para ouvir a réplica da acusação.

Os advogados usaram como material probatório as últimas conversas entre Christian e Stephanie de Jesus da Silva, naquele 26 de janeiro de 2023, que terminou com a menina de 2 anos e 7 meses morta, em uma maca da UPA (Unidade de Pronto Atendimento Médico) Coronel Antonino.

“Durante os depoimentos, do médico perito criminal e da médica da UPA, meus questionamentos eram para mostrar que a falta de conhecimento do que estava acontecendo levou a morte da Sophia. Não foi uma morte instantânea! Nas conversas, entre o casal, familiares e amigos, é comprovado que eles tentaram entender o que estava acontecendo”, explicou Renato.

Entre respostas a argumentos anteriores e justificativas, os advogados mostraram a reação dele e da mãe de Sophia a cada piora da criança, que terminou com a exposição do áudio gravado no Whatsapp, com a reação do padrasto ao receber a notícia da morte.

"Meu Deus, eu sou um lixo de pai! Como eu não percebi antes que ela precisava ir no médico logo? Eu só tinha um papel, cuidar das crianças e eu não consegui cuidar de todas", disse aos prantos.

Nessa linha, Renato concluiu dizendo que “não tem nada que prove que ele cometeu homicídio qualificado, nunca existiu. Eles acharam que era um problema de estômago, fizeram massagem achando ser gases (...) Houve a falta de aptidão técnica para realizar manobra cardiorrespiratória”.

Com relação às acusações de estupro, o advogado Willer propôs que o cliente é inocente, que em nenhum momento ele se negou a dar material genético e que faltou, ao Estado, produzir provas suficientes que comprovassem que foi ele o abusador da menina. É importante lembrar que o rompimento do hímen só foi comprovado durante a autópsia e que o material biológico foi coletado do corpo.

“Lá no presídio, ele nos disse que queria fornecer o material genético, ele nos jurou que não encostou na menina Sophia. Ele quis fazer isso, mesmo a gente dizendo que não. Sêmen foi encontrado em uma colcha, teve o material do Christian, da Sophia e não foi encontrado compatibilidade. Ausência de prova suficiente para condenar alguém e na dúvida temos que absolver. O Estado faz essa devassa na vida deles e não consegue comprovar que foi ele que cometeu o estupro", defendeu Willer.

Acusados sendo retirados do Tribunal do Júri após argumentações das defesas (Foto: Paulo Francis)
Acusados sendo retirados do Tribunal do Júri após argumentações das defesas (Foto: Paulo Francis)

Com a apresentação das duas defesas, o Júri volta com a réplica da acusação. Acompanhe o julgamento em tempo real pelo Campo Grande News, clicando aqui. 

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