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Capital

Delegada pretende ouvir amanhã parentes das vítimas de câncer

Renan Nucci | 23/07/2014 14:39
Três pessoas morreram após sessões de quimioterapia na Santa Casa. (Foto: Marcos Ermínio)
Três pessoas morreram após sessões de quimioterapia na Santa Casa. (Foto: Marcos Ermínio)

A delegada Ana Cláudia Medina, do 1° Distrito Policial de Campo Grande, pretende ouvir amanhã (24) os familiares das três mulheres que morreram supostamente em decorrência de sessões de quimioterapia no setor de oncologia da Santa Casa. Os inquéritos foram abertos ontem (22), com conclusão prevista no período de 30 dias, podendo os prazos serem prorrogados.

Medina explica que, durante a denúncia das mortes, as famílias relataram que nos prontuários das três mulheres os médicos informaram "reações adversas" ao medicamento fluoracil (5-FU), princípio ativo administrado durante sessões de quimioterapia. Todas as ocorrências foram registradas como “morte a esclarecer”, pois até agora não há comprovação de crime.

Carmen Insfran Bernard, 48 anos, morreu no dia 10 de julho, Norotilde Araújo Greco, 72 anos, no dia seguinte e Maria Glória Guimarães, 61 anos, no último dia 12. “O depoimento dos familiares poderá nos dar respostas que vão nortear o rumo das investigações. Cada uma das vítimas viveu uma situação diferente, por isso, os casos serão analisados individualmente, dentro de suas peculiaridades”, disse.

Os prontuários médicos também são peças importantes, aponta. “São documentos que trazem as principais informações técnicas sobre os procedimentos pelos quais as vítimas foram submetidas. Por enquanto, aguardamos que o hospital forneça os papeis”, avaliou Medina, lembrando que vai solicitar laudos laboratoriais e periciais, além de outros exames que possam trazer mais detalhes. “Vamos esmiuçar todas as circunstâncias envolvidas, que vão desde o manuseio dos medicamentos até às mortes”, completou.

A ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), entidade gestora da Santa Casa, instaurou comissão interna para investigar os três casos, assim como o de Margarida Isabel de Oliveira, 70 anos, que, embora tenha apresentado uma séria de reações adversas, está se recuperando. Nesta semana, membros da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de Brasília vieram a Campo Grande para acompanhar as apurações.

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