Em 2 dias, chove metade do esperado para outubro inteiro
Nesta tarde 81 raios caíram na Capital durante o temporal, que registrou ventos de até 53,4 quilômetros por hora
Em dois dias Campo Grande já registrou mais de 54% da chuva esperada para todo o mês de outubro. Pelo segundo dia consecutivo, os moradores da Capital sofreram com alagamentos e transtornos causados pelos temporais. Só nesta quinta-feira a meteorologia registrou ventos de 53,4 km/h e a queda de 81 raios.
Segundo o meteorologista Natálio Abrão, o esperado para o mês inteiro é 120 milímetros de chuva, mas nas últimas 48 horas, Campo Grande acumulou 61 milímetros, um total de 54,3%.
Ainda conforme o meteorologista, o calor e umidade relativa do ar elevadas fortaleceram as nuvens e provocaram pancadas de chuva, trovoadas e raios. Nesta tarde 81 raios caíram na Capital durante o temporal, que registrou ventos de até 53,4 quilômetros por hora. Na quarta-feira foram ventos de 60 km/h e queda de 114 raios.
Em poucos minutos, a forte chuva que atingiu Campo Grande nesta tarde deixou ruas alagadas na região central e nos bairros. Na avenida José Barbosa Rodrigues, no bairro José Pereira, os alagamentos viram parte da rotina dos moradores nos dias de chuva. Ali, cerca de 200 metros da via ficaram completamente cobertos de água após o temporal.
O motivo, segundo Márcio Augusto Dias, de 42 anos, é o assoreamento do córrego Imbirussu. “O córrego está assoreado e a avenida foi construída abaixo do leito do córrego. Quando chove ele sobe e passa tudo para rua”, afirmou o funcionário de uma marcenaria que fica na avenida.
José Wellington, morador do bairro há 30 anos, conta que o problema volta a se repetir a cada chuva e tudo vira, literalmente, parte do córrego. “Ontem a água subiu a calçada, chegou na porta da marcenaria”.
Quem precisa passar pelo local e se depara com o alagamento leva alguns minutos para decidir se encara ou não o “rio”. Nos poucos minutos que o Campo Grande News permaneceu no local, pelo menos cinco carros pararam e esperaram os “corajosos” passarem pela via para ter uma “noção da situação”.
Aos motociclistas, restava levantar as pernas para evitar o “banho” enquanto atravessavam as águas. “Tem que entrar devagar, hoje mesmo um carro veio rápido, perdeu o para-choque e a calota”, lembrou Márcio. Segundo o trabalhador, os alagamentos também acontecem na entrada do Jardim Aeroporto e da Vila Popular.