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Capital

Em julgamento, testemunha de defesa diz que Sophia "era a força" de Stephanie

"A Stephanie que eu conhecia não permitiria isso [morte]”, diz Cybelle Amaral, em julgamento

Por Silvia Frias e Bruna Marques | 04/12/2024 11:00
Promotor José Arturo Bobadilla (microfone) questiona a testemunha Cybelle Amaral (Foto: Henrique Kawaminami)
Promotor José Arturo Bobadilla (microfone) questiona a testemunha Cybelle Amaral (Foto: Henrique Kawaminami)

Cybelle Amaral Pires, amiga de Stephanie de Jesus Silva, 26 anos, foi a primeira testemunha a ser ouvida no júri popular da morte de Sophia de Jesus Ocampo. Ela relembrou o tempo de amizade, diz que a menina veio de gravidez planejada, mas que a ré ficou sem apoio após separação. “Sophia era a força dela (...) a Stephanie que eu conhecia não permitiria isso [morte]”.

RESUMO

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No júri popular da morte de Sophia de Jesus Ocampo, a amiga de Stephanie de Jesus Silva, Cybelle Amaral Pires, foi a primeira testemunha a depor. Ela relatou que a amizade começou em 2018 e que, apesar da separação de Stephanie do pai de Sophia, Jean Ocampos, a mãe sempre tratou a filha com carinho, considerando-a sua força. Cybelle mencionou que Stephanie enfrentou dificuldades financeiras após a separação e que a relação com Jean era conturbada, com ele sendo ausente na vida da filha. Durante o julgamento, Christian Campoçano Leitheim, acusado de homicídio e estupro, também estava presente. Cybelle negou ter estado na casa de Stephanie no dia do crime e afirmou que não recebeu informações sobre a morte diretamente dos réus, apenas por meio de reportagens.

Normalmente, os julgamentos são iniciados com as testemunhas de acusação, mas o juiz Aluizio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara do Tribunal do Juri, de Campo Grande, abriu exceção, seguindo a lei, pois Cybelle está amamentando a filha de 4 meses.

Cybelle diz que a amizade começou em 2018, quando as duas trabalharam juntas. Nesta época, Stephanie ainda era casada com Jean Ocampo, pai de Sophia. Por ter sido madrinha da menina, foi ouvido como informante, o que significa que não tem compromisso com a verdade.

O advogado Alex Viana, que representa a ré, perguntou à testemunha como ela ficou quando “Jean destruiu o sonho de uma família” com a separação. Cybelle contou que Stephanie ficou muito mal, vendia bolo para conseguir dinheiro e que nunca rejeitou a filha por conta do fim do relacionamento. Segundo ela, a relação dos dois acabou devido a uma traição de Jean.

Stephanie chora durante depoimento da amiga, quando ela fala que Sophia era a força dela (Foto: Henrique Kawaminami)
Stephanie chora durante depoimento da amiga, quando ela fala que Sophia era a força dela (Foto: Henrique Kawaminami)

Segundo testemunha, as duas se afastaram quando a amiga começou relacionamento com Christian Campoçano Leitheim, 27 anos, que também está no banco dos réus, acusado de homicídio triplamente qualificado e estupro de vulnerável.

“Estava diferente, ficou mais afastada, não falava mais com a gente, não respondia mensagem”.

Viana perguntou o que lembrava do tempo que conviveu com as duas, se a mãe amava a filha. “Sim, sempre tratou com muito carinho, falava que a Sophia era a força dela, que lutava por ela e que seria para sempre as duas”. Neste momento, Stephanie, que está assistindo ao depoimento, começou a chorar.

Também pela defesa de Stephanie, a advogada Érika Ratto perguntou como era a relação da ré com o ex, Jean. Cybelle respondeu que a amiga reclamava que tinha que insistir pela ajuda financeira e que cobrava para que ele fosse presente na vida da filha. “Quando ela voltou trabalhar, se não me engano, a Sophia ficava com a mãe do Jean, ele ia de vez em quando na casa mãe ver ela [filha]”.

Depois dos questionamentos da defesa, foi a vez da acusação. O promotor José Arturo Iunes Bobadilla Garcia perguntou se a testemunha estava presente na casa da amiga, no dia do crime. Ela negou. Perguntou se a ré ou Christian tinham contado alguma coisa sobre a morte. “Ouvi falar de reportagens, ninguém nunca contou nada”. A última vez que teve contato com amiga, antes da morte da criança, foi 8 de janeiro de 2023.

A advogada Janice Terezinha Andrade, assistente de acusação, perguntou se foi alguma vez na casa de Stephanie. “Uma ou duas vezes”, respondeu Cybelle, que também foi questionada sobre a rede de apoio da ré. Segundo ela, antes do Christian, era a mãe de Jean.

Christian está sendo julgado homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e praticado contra menor de 14 anos, além de responder por estupro de vulnerável. Já a mãe será julgada por homicídio doloso por omissão.

Christian Campoçano (branco) acompanha o depoimento de Cybelle (Foto: Henrique Kawaminami)
Christian Campoçano (branco) acompanha o depoimento de Cybelle (Foto: Henrique Kawaminami)

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