“Eram 2 armados contra 1”, dizem testemunhas que viram homem ser morto por PM
Clientes da tabacaria dizem ter ouvido três tiros e contestam que PM estivesse no local a lazer
Para quem testemunhou a morte de Everton Massanti Cardoso dos Santos, de 35 anos, houve excesso na postura do policial militar e do segurança da tabacaria que abordaram a vítima durante confusão na madrugada de sábado (31). De acordo com clientes que estavam no local, a vítima teve duas armas de fogo apontadas em sua direção e foi baleada a curta distância.
As testemunhas preferem não se identificar por medo de represálias, mas contestam versão de que o PM, de 30 anos, estivesse no estabelecimento a lazer. “Ele estava trabalhando, era um dos seguranças da noite”, conta.
Segundo clientes da tabacaria, a briga começou porque Everton entrou no espaço com bebida comprada fora do estabelecimento, o que era proibido pela direção da casa. “Nisso, o PM estava trabalhando como segurança e pediu para que ele saísse”, conta um cliente.
Já do lado de fora, a vítima permaneceu encostada na grade do local, mas teria notado o momento em que o policial passou a se incomodar com a presença dele e dos amigos. “Começou a encher o saco e falar que ele era sem noção”, lembra outro cliente.
Revoltado com a situação, Everton teria se irritado e esperado o militar sair na área de entrada para tomar satisfação. “Ele ficou alterado, depois começou a discutir com o PM. Logo depois veio o outro segurança e eles foram para o meio da rua brigando”, afirma.
No calor da briga, testemunhas afirmam que tanto o PM quanto o outro segurança apontaram arma para Evertom. “Nessa hora todo mundo se escondeu atrás de carros e só ouvimos barulho de três tiros”, explica.
Após ser baleada, a vítima permaneceu sentada no chão com marcas na virilha e na região da boca. “Mesmo assim eles ainda continuaram apontando a arma até ele cair”, revela.
Para quem viu a cena, houve excesso na abordagem. “Ele foi para cima para trocar soco, não estava armado, mas atiraram nele de muito perto”, comenta.
No velório, que aconteceu na manhã deste domingo (1°), familiares se despediram e cobraram por justiça. “Ele atirou para matar, era tiro de quem sabia. Agiu com maldade. Será que é pela cor? Se fosse branco teria acontecido isso?”, questionou a noiva de Everton, Andrea Ressai, de 44 anos.
O caso- Conforme boletim de ocorrência, o policial militar de 30 anos contou que já estava de saída quando presenciou desentendimento envolvendo um colega de 25 anos que fazia a segurança do estabelecimento. Ele tentou intervir para evitar que a situação se agravasse, mas não teve jeito.
Um grupo com ao menos cinco suspeitos passaram a agredir o segurança e o policial, que se identificou como PM, deu ordem de parada aos agressores e na sequência disparou em direção ao chão. Ainda conforme registro policial, um dos agressores, Everton, deu uma rasteira no PM, que se desequilibrou e como não conseguia se desvencilhar, atirou em direção ao rapaz, que estava muito alterado. O rapaz foi atingido e morreu no local.
Até este domingo, a Polícia Militar não se manifestou publicamente sobre o caso.