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Capital

“Estamos à mercê”: comerciantes reclamam de insegurança após furto de farmácia

Conforme relatado, problema da região se agravou após posto de gasolina se tornar abrigo para moradores de rua

Por Geniffer Valeriano e Gabi Cenciarelli | 17/12/2024 18:02

“Estamos à mercê”, dizem comerciantes da Avenida Júlio de Castilhos, que viram posto de gasolina desativado se tornar abrigo para moradores de rua. Conforme relatado, após a ocupação, pedestres foram agredidos, lojas foram furtadas e calçadas se tornaram banheiro a céu aberto.

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Comerciantes da Avenida Julio de Castilho, em Campo Grande, estão sofrendo com a insegurança gerada pela ocupação de um posto de gasolina desativado por moradores de rua. Assaltos, agressões a pedestres, e a utilização das calçadas como banheiros públicos são alguns dos problemas relatados. Apesar de rondas noturnas realizadas pelos próprios comerciantes e de um abaixo-assinado entregue a um vereador pedindo por mais policiamento, a situação permanece crítica, afugentando clientes e causando prejuízos financeiros aos estabelecimentos. A prefeitura ainda não se manifestou sobre o caso.

O empresário Hudson Mendes, de 50 anos, relata que para evitar que as lojas fossem assaltadas começaram a realizar rondas por conta própria. “A gente já tem muito medo, passamos aqui umas 10 e meia [de ontem],  e eles estavam tomando banho na torneira aqui do condomínio. Quando eu desci do carro pra ver o que era, eles já saíram correndo”, conta.

Apesar das rondas realizadas, na madrugada desta segunda-feira (16) foi invadida. A proprietária do local, que prefere não se identificar, relata que ficou com prejuízo de aproximadamente R$ 10 mil.

Porta de fármacia foi estourada para que assaltante conseguisse acessar estabelecimento (Foto: Paulo Francis)
Porta de fármacia foi estourada para que assaltante conseguisse acessar estabelecimento (Foto: Paulo Francis)

“Ele ficou só dois minutos dentro da loja, pegou só o valor que tinha no caixa e dois sorvetes da loja, colocou dentro da mochila e foi embora. Só deu prejuízo de estourar a minha porta e a minha geladeira para pegar mixaria”, disse.

A mulher ainda afirma que algum tempo atrás outra loja da região também foi assaltada. A farmacêutica conta que o problema é agravado por uma das pessoas em situação de rua que tem defecado em frente aos estabelecimentos, agredido e até ameaçado clientes.

“A insegurança é muito grande, porque eles fazem o que quer, na hora que quer e a gente fica aí. Nada intimida esse povo, nem câmera de segurança. Aí o comerciante, que paga os impostos em dia, é quem paga o pato”, relata a comerciante.

A mãe de Junia Gamberini, 43, é uma das pessoas que já foram ameaçadas pela mulher que tem colocado o “terror” na rua. “Ela fica aqui na região e ela faz cocô aqui atrás nas calçadas. Ela tira a roupa, fica pelada aqui no meio de todo mundo”, detalhou.

Imagens de câmera de segurança do estabelecimento registraram o momento em que a mulher agride uma pedestre que passava por ela. No vídeo é possível ver que a morada de rua se levanta, tromba na pedestre e logo em seguida dá um tapa nela.

Segundo Junia, em outra situação a mulher chegou a arremessar um tijolo contra uma pessoa. Por conta dessas ações, a comerciante relata que os clientes têm diminuído. “A gente fica a mercê, porque aqui a gente tem nosso comércio as pessoas chegam e vão embora porque ela fica coagindo querendo dinheiro, ela fica pra lá e pra cá [...] e assim tá a nossa vida, a gente tá refém desse pessoal”

Posto de gasolina desativado onde moradores de rua tem se abrigado (Foto: Paulo Francis)
Posto de gasolina desativado onde moradores de rua tem se abrigado (Foto: Paulo Francis)

“Ninguém tem responsabilidade porque ela é considerada inimputável. E aí, como é que a gente faz? [...] Final de ano a gente precisando vender e isso aqui acaba atrapalhando e espantando nossos clientes”

Buscando solucionar o problema, os comerciantes realizaram um abaixo assinado junto aos moradores da região para pedirem por mais policiamento. O documento foi entregue a um vereador da Capital nesta segunda-feira.

O Campo Grande News entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande para falar sobre essa situação. Até o momento da publicação desta matéria não houve nenhum retorno. O espaço segue aberto.

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