ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
DEZEMBRO, QUINTA  04    CAMPO GRANDE 28º

Capital

Ex-dirigente vai pagar R$ 12,3 mil por desviar pensões de adolescente

Ex-servidor Milton Emílio de Souza foi condenado a indenizar uma das vítimas por danos materiais e morais

Por Lucia Morel e Raíssa Rojas | 04/12/2025 18:33
Ex-dirigente vai pagar R$ 12,3 mil por desviar pensões de adolescente
Gustavo e Crysthian em frente ao Fórum de Campo Grande nesta tarde. (Foto: Raíssa Rojas)

Acusado de desviar R$ 61,4 mil de oito ex-assistidos da Casa Abrigo Uaica IV, na Vila Carvalho, o ex-servidor municipal Milton Emílio de Souza foi condenado a pagar indenização por danos materiais e morais a uma das vítimas que ingressou com ação de perdas e danos. O valor total da condenação é de R$ 12,3 mil. A decisão é de primeira instância e ainda cabe recurso.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Ex-dirigente de abrigo em Campo Grande foi condenado a pagar R$ 12,3 mil em indenização por danos materiais e morais após ser acusado de desviar R$ 61,4 mil de oito ex-assistidos. Milton Emílio de Souza, ex-servidor municipal, responde também por peculato em outro processo. Entre as vítimas estão Gustavo Hoffmester, que perdeu R$ 9,1 mil, e Crysthian Benites, que teve prejuízo de R$ 6,3 mil. Além das perdas financeiras, Crysthian relatou ter sofrido homofobia durante sua permanência no abrigo. A defesa nega as acusações, atribuindo o caso a questões políticas.

Em outro processo, Milton responde por peculato — crime cometido por funcionário público que se apropria, desvia ou subtrai bens públicos ou particulares em razão do cargo. A audiência realizada na tarde desta quinta-feira ouviu apenas o ex-servidor. Dois ex-acolhidos estavam presentes, mas a oitiva deles foi impedida após pedido da defesa.

Gustavo Gomes Hoffmester, hoje com 21 anos, perdeu R$ 9,1 mil. “Me senti péssimo. Ia pagar o restante da faculdade, a habilitação e parcelar uma moto. Tentaria conseguir moradia. Me senti muito injustiçado”, disse. Ele afirmou que quase desistiu do processo. “Se não fosse o advogado dizer que iria dar um jeito, eu tinha parado.”

Crysthian Benites Pontes, 19 anos, também foi vítima e relata ter perdido R$ 6,3 mil. “Saí de lá sem chão, nem dinheiro para ônibus. Tive que pegar minhas coisas e andar até me sentir seguro”, contou. Ele lembra que ficou na casa de um amigo no Aero Rancho.

Crysthian afirma ainda ter sofrido homofobia dentro do abrigo. “Ele me chamava de bicha, viadinho, mandava eu sair de perto dos meninos. Chegou a me separar no quarto para eu não dormir perto deles”, relatou.

A advogada dos jovens, Ana Laura, disse que houve demora para localizar Milton, que chegou a ser notificado por edital, e também para encontrar as vítimas. O processo é de 2023. “Eles são provas vivas do que ocorreu lá dentro, com relatos e boletins de ocorrência. O sonho deles era sair com dinheiro, pagar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação), fazer um curso. Foi uma ruptura de sonho e de vida”, afirmou.

Na defesa, Milton negou qualquer apropriação e atribuiu sua saída do abrigo a questões políticas. Ele disse ainda que os denunciantes mentem e que sempre agiu no melhor interesse dos adolescentes.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.