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Capital

Exército pede acesso a documentos para processo contra soldado preso

Andrisson Correa, 42 anos, já foi denunciado em duas das ações derivadas da operação contra grupo de extermínio

Marta Ferreira | 16/10/2019 16:54
Contracheque tendo Jamil Name como empregador foi anexado em pedido de habeas corpus de militar reformado do Exército. (Foto: Reprodução do processo)
Contracheque tendo Jamil Name como empregador foi anexado em pedido de habeas corpus de militar reformado do Exército. (Foto: Reprodução do processo)

Em ofício à 7ª Vara da Justiça Federal em Campo Grande, o chefe do Estado Maior do Exército em Mato Grosso do Sul, coronel José Diderot Fonseca Junior, solicitou nesta semana cópia integral dos autos da Operação Omertà, que investiga grupo de extermínio em Campo Grande, com a participação de pelo menos 15 agentes públicos de segurança. Um deles é o soldado reformado Andrisson Correia, 42 anos, preso desde o dia da deflagração da operação, 27 de setembro.

Com as cópias, o Exército vai conduzir conselho de disciplina contra o militar reformado, que pode resultar na pena de perda da função e dos salários. Andrisson está no prédio da PE (Polícia do Exército), na Rua Joaquim Murtinho, no Centro de Campo Grande. Ele já foi denunciado pelo Gaeco (Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) em duas ações, na primeira, na semana passada, foi enquadrado nos crimes de organização criminosa e obstrução da Justiça. Nesta terça-feira, em nova denúncia, está entre os acusados de crimes de organização criminosa armada, milícia armada, corrupção de agentes públicos e extorsão.

Reportagem desta quarta-feira do Campo Grande News mostra também a suspeita do Gaeco de que Andrison seja um dos responsáveis no grupo pelo crime de agiotagem, ainda não denunciado à Justiça nas ações. Interceptações telefônicas mostram conversas dele indicando que emprestava dinheiro a pessoas, a juros de 20%.

O relatório de investigação do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro) indica, ainda, a atuação de Andrisson como segurança da organização criminosa.

À Justiça, porém, a defesa do militar reformado afirma que ele era apenas funcionário do empresário Jamil Name, apontado como chefe do grupo criminoso. Alega que atuava como motorista. No pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Andrisson ao Tribunal de Justiça, são anexados contracheques informando salário de R$ 2,3 mil.

O advogado, Antônio Cairo Frazão Pinto, alega, para pedir a liberação do cliente, que ele só cumpria ordens dos superiores. O HC ainda não foi julgado.

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