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Capital

Explosão de casos de virose em Campo Grande lota unidades de saúde

Os casos de virose respiratória ou gastrointestinal mais do que triplicaram nesta semana

Por Viviane Oliveira e Antonio Bispo | 24/04/2024 11:47
Movimentação na UPA Coronel Antônino na manhã desta quarta-feiraem Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)
Movimentação na UPA Coronel Antônino na manhã desta quarta-feiraem Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

As UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) de Campo Grande estão lotadas com a explosão de casos de virose respiratória ou gastrointestinal. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) orienta as pessoas que apresentam sintomas leves a procurarem uma das 74 unidades básicas e de saúde da família espalhadas pelas sete regiões urbanas e distritos da Capital para desafogar as UPAs e os CRSs (Centros Regionais de Saúde).

As doenças respiratórias causadas por vírus podem causar falta de ar, dor de garganta, coriza e dor de ouvido. Já as gastrointestinais podem provocar constipação, diarreia e cansaço, por exemplo.

Nesta manhã, na UPA Santa Mônica, a diarista Sandra Cristina Gomes, de 55 anos, acompanhava o filho de 25 anos. O rapaz apresentava sintomas de virose, muita febre, dor de cabeça e coriza. Segundo a mulher, quando chegou, por volta das 4h, o movimento estava tranquilo, mas depois de 2 horas, o número de pessoas começou a aumentar expressivamente, e o atendimento passou a ficar mais demorado.

Às 7h40, a reportagem encontrou a unidade lotada, com várias pessoas em pé no corredor e do lado de fora, como Sandra. Ela era uma das poucas pessoas que estava de máscara na unidade. Segundo a diarista, usa o acessório para evitar qualquer doença respiratória. “Eu não sei por que as pessoas deixaram de usar, porque isso é muito importante”, destacou.

Sandra usava máscara para evitar doença respiratória (Foto: Henrique Kawaminami)
Sandra usava máscara para evitar doença respiratória (Foto: Henrique Kawaminami)

O açougueiro Wandes Aparecido da Silva, de 61 anos, havia acabado de passar por atendimento médico. Ele ficou cerca de 2 horas na unidade e contou que a demora foi depois da triagem. “O atendimento com o médico foi bem rápido”, afirmou.

O idoso mora no Jardim Aeroporto, toda vez que precisa busca atendimento na UPA e hoje percebeu que o posto estava mais cheio que o normal. “Nessa época, todo mundo fica doente, não tem o que fazer. O jeito é vir e esperar ser atendido”. Assim como Sandra, Wandes, ele também usava máscara.

A aposentada Júlia Francisca Duarte, de 67 anos, acompanhava a filha que fraturou o pé numa queda e percebeu o aumento de pacientes no posto. Mesmo de máscara, Júlia aguardava a filha do lado de fora da UPA para evitar contrair alguma doença.

Conforme ela, tomou todas as vacinas da covid disponíveis e da gripe também, no primeiro dia de campanha. “Uma coisa que eu não faço é me descuidar, eu não fico muito misturada com as pessoas, porque senão a gente fica doente. Eu nunca vi essa UPA tão cheia como hoje”. Mãe e filha frequentam a unidade porque moram na região.

Paciente aguardando atendimento na Unidade de Pronto Atendimento Santa Mônica (Foto: Henrique Kawaminami)
Paciente aguardando atendimento na Unidade de Pronto Atendimento Santa Mônica (Foto: Henrique Kawaminami)

Em outro ponto da cidade, na UPA Coronel Antonino, a situação estava ainda pior. Muitas pessoas em pé e do lado de fora da unidade aguardando atendimento. Os casos de virose respiratória ou gastrointestinal mais do que triplicaram entre os dois primeiros dias desta semana em Campo Grande. Enquanto no domingo (21) foram atendidos 1.492 pacientes, na segunda-feira (22) foram 6.455.

Por causa do aumento, a secretaria informou que reforçou o número de funcionários nas unidades, reorganizou o fluxo de atendimento e começou tratativa por mais leitos hospitalares. A titular da Sesau, Rosana Leite, orientou as pessoas com sintomas respiratórios a usarem máscaras principalmente em locais fechados e mal ventilados com aglomeração, além das próprias unidades de saúde onde forem buscar atendimento.

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