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Capital

Falta de infraestrutura agrava efeitos de 24 horas de chuva no Jardim Noroeste

O que era para ser apenas mais um dia comum virou um desafio para quem precisa sair de casa

Por Izabela Cavalcanti e Geniffer Valeriano | 09/12/2025 09:27
Falta de infraestrutura agrava efeitos de 24 horas de chuva no Jardim Noroeste
Maria Francisca usando chinelo e capa de chuva, tentando passar na rua alagada (Foto: Henrique Kawaminami)

A chuva que começou no fim da manhã de segunda-feira (08) transformou ruas e calçadas do bairro Jardim Noroeste em um cenário de lama e enxurradas. O que era para ser apenas mais um dia comum virou um desafio para quem precisa sair de casa na manhã desta terça-feira (09).

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A chuva que atingiu o Bairro Jardim Noroeste, em Campo Grande, transformou ruas e calçadas em um cenário de lama e enxurradas na manhã desta terça-feira (09). Moradores enfrentam dificuldades para se locomover, com bocas de lobo entupidas e acúmulo de pedras arrastadas pela força da água. Nas ruas sem pavimentação, a situação é ainda mais crítica. Residentes improvisam com sacolinhas nos pés para conseguir caminhar, enquanto motoristas precisam fazer desvios para evitar atolamentos. Mesmo nas vias asfaltadas, como a Rua Ataúlfo Paiva, os cruzamentos sem obras causam problemas com enxurradas.

Logo cedo, as ruas do bairro já estavam tomadas pela água, pela terra vermelha que desce dos trechos ainda sem asfalto e pelo acúmulo de pedras arrastadas pela força da enxurrada. Bocas de lobo entupidas, frentes de casas tomadas por lama e moradores tentando improvisar formas de não perder os calçados.

Na Rua Ataúlfo Paiva, embora esteja pavimentada, os cruzamentos ainda não receberam obra, e é justamente dessas partes de terra que vem a enxurrada que invade toda a rua.

A dona de casa Cida Mota, de 56 anos, observa a força da água bem na porta. Em frente à residência dela há quatro bocas de lobo entupidas. “Sempre fica uma enxurrada muito forte”, relatou.

Falta de infraestrutura agrava efeitos de 24 horas de chuva no Jardim Noroeste
Boca de lobo com a tampa aberta para escoar melhor a água da chuva (Foto: Henrique Kawaminami)

Só depois que um trabalhador da obra de contenção próxima passou para desobstruí-las, a água começou a escoar. “Antes do asfalto eram verdadeiros rios. A coisa era muito feia. Agora melhorou, mas ainda tem muita coisa para fazer. Acho que se tivesse começado com o asfalto nas ruas lá de cima, teria sido melhor, porque não ficaria esse lamaçal aqui na frente.”

Cida também fala sobre a cena que se repete entre vizinhos: a improvisação de sacolinhas nos pés para conseguir sair. “Esse é o único jeito, porque vai descendo barro, pedra e suja tudo. O pneu também acaba estourando por conta dessas pedras, que são grandes”, completou.

A poucas quadras dali, na Rua Bartholomeu Mipre, ainda sem asfalto, a situação não é diferente: lama, dificuldade para caminhar e moradores tentando se equilibrar entre poças e barro.

Maria Francisca da Silva, de 77 anos, chegou ao bairro logo pela manhã. Moradora de Corguinho, veio visitar a filha e precisou descer do ônibus no início do bairro.

O sapato, já molhado, foi para dentro da sacolinha que ela carregava. De capa de chuva amarela e com o casaco todo encharcado pendurado na bolsa, ela tentava atravessar a rua com cuidado.

“Toda vez que venho aqui, é desse jeito. O jeito é tirar o sapato e colocar na sacola, porque esse barro acaba com o sapato. Não sei como ainda conseguem morar aqui. Onde eu moro, a cidade é pequena, mas é tudo bem conservado. Lá não tem perigo de sair de sapato na chuva.”

Quem também sente os impactos é o motorista de aplicativo, Guilherme Maia, de 26 anos; ele circulava pela mesma rua e explicou que, para quem depende do trânsito o dia todo, o problema se torna maior.

“A chuva só não afeta mesmo as ruas principais, mas as outras ficam assim. Ali para cima, é pior, porque o barro é solto e chega a atolar caminhão. Quando chove eu tenho que dar uma volta maior para entrar ou sair do bairro. Já faço isso para não correr o risco de ficar atolado", finalizou.

Segundo a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), a Rua Ataúlfo Paiva, está com obra no sistema de drenagem, como a construção das bocas de lobo. Já na Rua Bartholomeu Mitre, a limpeza será feita.

Falta de infraestrutura agrava efeitos de 24 horas de chuva no Jardim Noroeste
Rua Ataúlfo Paiva alagada, no Bairro Noroeste (Foto: Henrique Kawaminami)

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