Filho de agrônomo carbonizado em HB20 presta depoimento à polícia
O rapaz identificado apenas como Diego preferiu não dar detalhes do depoimento
O filho do engenheiro agrônomo Sebastião Mauro Fenerich, 69, prestou depoimento na DEH (Delegacia Especializada de Homicídios), durante esta tarde (12). “Estou com meu pai carbonizado. Só estou tentando a liberação do corpo”, resumiu o rapaz, identificado apenas como Diego, visivelmente abalado ao ser abordado pela imprensa.
Ele saiu da delegacia acompanhado de outro homem que supostamente seria seu advogado, mas que também preferiu não falar com a reportagem.
Na tarde de ontem (11), o rapaz que reside em São Paulo esteve no IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para coleta do material que pode confirmar se o corpo carbonizado encontrado no porta-malas do veículo HB20, nesta segunda-feira (11), era mesmo do agrônomo.
Até então, o que atesta a suspeita da polícia quanto à identidade da vitima é a propriedade do veículo incendiado e que estava no nome de Fenerich, além de vizinhos de sua residência que também confirmaram o desaparecimento do agrônomo.
O Campo Grande News tentou falar com o delegado Márcio Obara, titular da delegacia, no início da tarde (12), mas foi informado apenas que qualquer novidade sobre o caso será divulgada por meio da assessoria da Polícia Civil.
Por telefone, também não conseguimos contato com o delegado para que ele pudesse comentar sobre o depoimento.
Crime - O corpo de Sebastião foi encontrado carbonizado no porta-malas de Hyndai HB20, na rua Missão Salesiana, no Jardim Seminário, na região norte de Campo Grande, no fim da tarde de ontem (10). Testemunha de 65 anos contou que viu quando dois homens, um deles em uma caminhonete, desceram dos veículos e atearam fogo no Hyundai HB20.
Investigação - A polícia investiga quem são os suspeitos de terem incendiado o veículo e não divulgou uma linha de investigação sobre o que poderia ter motivado o crime. Na casa de Fenerich, além de outros objetos relevantes para a perícia técnica os peritos colheram impressões digitais, encontraram duas armas e dezenas de cheques em nomes de terceiros que, segundo a polícia, a vítima emprestava a juros para clientes.
Um dos cheques, no valor de R$ 50 mil, foi dado pelo deputado estadual Maurício Picarelli (PSDB). Em nota à imprensa, o parlamentar explicou que em 2014, ano em que foi reeleito para mais um mandato, fez negócios com o homem assassinado.
Picarelli detalhou ainda que Fenerich era funcionário do ex-deputado estadual Jerson Domingos (PMDB), hoje conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), e pessoas conhecida de "todos" na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.
O parlamentar destacou que como o cheque foi emitido em 2014 estava vencido e por isso, fora substituído por um “crédito executivo extrajudicial”, ou seja, uma nota promissória.