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Capital

Força Aérea inicia operação contra o tráfico com aeronaves de guerra

Rafael Ribeiro | 14/03/2017 10:50
Movimentação dos militares da FAB na base montada em Corumbá para a Operação Ostium (Foto: Divulgação/FAB)
Movimentação dos militares da FAB na base montada em Corumbá para a Operação Ostium (Foto: Divulgação/FAB)

Dois meses após o Governo de Mato Grosso do Sul pedir oficialmente um aumento no número de militares nas áreas de fronteira com Paraguai e Bolívia, a Força Aérea Brasileira (FAB) iniciou nesta semana o início de uma operação específica que irá usar aeronaves de guerra para coibir principalmente vôos clandestinos que entrem no País e possam estar ligados ao tráfico de drogas.

A Operação Ostium, como foi batizada, atuará no Estado principalmente nas cidades de Dourados e Corumbá (a 233km e 419km de Campo Grande, respectivamente). Segundo o Ministério da Defesa, a expectativa é que as atividades durem até o final do ano.


As ações serão coordenadas a partir do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), localizado em Brasília (DF), e fazem parte do Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF), desenvolvido pelo Ministério da Defesa.


“Queremos, durante todo o período, impedir a ocorrência de ilícitos pelo meio aéreo. É uma resposta a uma questão de extrema importância para todo o país”, disse o major-brigadeiro do ar Ricardo Cesar Mangrich, Chefe do Estado-Maior Conjunto da Comae.


Estarão à disposição só em Mato Grosso do Sul aeronaves como o helicóptero ‘falcão negro’, famoso pela atuação em territórios de guerra, além de novos caças recentemente comprados pela União.


Além das cidades sul-mato-grossenses, locais como Chapecó (SC) e Cascavel e Foz do Iguaçu (PR) também receberão reforço na vigilância aérea.


Em nota, a FAB informou que o serviço de alerta da área de fronteira permanecerá ativado 24 horas e que a atuação será imediata caso os radares da defesa aérea do País localizados nessas cidades sejam ativados. Caso haja necessidade, as aeronaves estão autorizadas a abater os suspeitos em áreas não populosas.


Defesa – Desde fevereiro que o Governo Estadual tem a palavra do ministro da Defesa Raul Jungmann de que são planejadas operações específicas com as Forças Armadas para coibir a entrada de armas e drogas que abasteceriam, principalmente, as facções criminosas na região Sudeste.

Militares da FAB já iniciaram trabalhos da operação em Corumbá (Foto: Divulgação/FAB)
Militares da FAB já iniciaram trabalhos da operação em Corumbá (Foto: Divulgação/FAB)

Maior participação federal no controle das fronteiras é uma das bandeiras mais reivindicadas pelo secretário sul-mato-grossense de Segurança Pública, José Carlos Barbosa, e alvo de um encontro com os responsáveis pela segurança dos vizinhos Mato Grosso e Paraná na última semana.

A criação de núcleos conjuntos para reivindicações faz parte de um Plano Nacional de Segurança Pública anunciado pelo presidente Michel Temer (PMDB). Barrar a entrada de drogas e armas é apontado pelo pacto como uma forma de enfraquecer as facções criminosas e encerrar a série de rebeliões nos presídios brasileiros que já deixou mais de 130 pessoas mortas desde o início do ano. O Estado teve quatro vítimas fatais em suas penitenciárias.

“É uma unanimidade que o Brasil abriu suas fronteiras, relegou aos estados a responsabilidade da segurança. E não há como combater o crime organizado sem reforçar a fronteira. Temos muitos aspectos culturais positivos com os vizinhos, mas há o lado negativo, da entrada de drogas e armas”, disse Barbosa.

Segundo dados da secretaria, o Estado tem hoje cerca de 7,5 mil presos por tráfico, número 394% maior que em 2006. "O Brasil não produz maconha em grande escala, cocaína. Tráfico é um crime transnacional. E seus preços custam R$ 126 milhões por ano ao Estado. O governo federal tem que arcar com esse gasto. Precisamos de mais recurso e menos discurso", afirmou o secretário.

Mato Grosso do Sul já iniciou o compartilhamento de seus dados de segurança com os estados vizinhos e não está descartada a participação deles nas operações que estão sendo planejadas em conjunto.

Além da ampliação da presença das Forças Armadas, a União promete melhorar o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteira). Em visita a Dourados (233km de Campo Grande), em janeiro, Jungmann prometeu investimentos de até R$ 470 milhões no sistema neste ano.

Na ocasião, o ministro também falou sobre a presença das Forças Armadas na fronteira de Mato Grosso do Sul. Conforme Jungmann, "quando houver determinação e recurso, o exército estará pronto para atender determinação e ocupar as fronteiras."

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