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Capital

Frente Parlamentar da Saúde defende fim da intervenção da Santa Casa de Campo Grande

Paulo Fernandes e Ana Paula Carvalho | 10/06/2011 20:33
Darciso Perondi não gostou nada do que viu na Santa Casa (Foto: João Garrigó)
Darciso Perondi não gostou nada do que viu na Santa Casa (Foto: João Garrigó)

Após reunião com vereadores e a junta administrativa da Santa Casa, o presidente da Frente Parlamentar da Saúde, deputado federal Darcisio Perondi (PMDB-RS), defendeu, nesta sexta-feira, o fim da intervenção do maior hospital de Mato Grosso do Sul.

Mesmo com vários congressistas da frente percorrendo o País para discutir o SUS (Sistema Único de Saúde), Darcisio Perondi afirmou ter vindo ao Estado especificamente por conta da crise da Santa Casa.

“Não acredito em intervenções publicas, me corrija se estiver errado (disse ao administrador da Santa Casa), todas as que foram feitas em hospitais públicos do país deram errado. Tomara que eu morda a língua. Campo Grande não merece que o governador e o prefeito digam ‘não agüento mais’”, afirmou Perondi.

Para o congressista, com a intervenção existe o risco de a Santa Casa de Campo Grande ser fechada, a exemplo do que aconteceu em Bauru.

O deputado afirmou ainda que com a intervenção, a obrigação de passar os valores que faltam ao hospital é do Governo e da Prefeitura, mas que na prática isso não vem acontecendo.

Na manhã desta sexta-feira, Darciso Perondi participou de reunião no MPE (Ministério Público Estadual) e questionou quanto da verba transferida à Santa Casa era de custeio e quanto era de suplementação. Segundo ele, a Promotoria não soube responder ao questionamento.

Ele disse ainda que a Santa Casa está sendo prejudicada porque a verba que antes era repassada no dia 2, hoje só é depositada no dia 8. “Isso atrapalha”, afirmou.

A tendência do problema financeiro da Santa Casa é de piorar já que o dinheiro repassado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) é insuficiente para pagar as despesas dos tratamentos.

Para fazer um parto, a Santa Casa gasta cerca de R$ 1.000, mas recebe apenas R$ 400. Já na UTI, o gasto é de R$ 1.100, mas o montante recebido é de somente R$ 468.

“Com a falta de verba, as santas casas sofrem, os hospitais universitários sofrem e a população sofre”, afirma Darcisio Perondi.

Para conseguir cobrir essas despesas, a Santa Casa, explicou Esacheu Nascimento, da Associação Beneficente de Campo Grande, usa o dinheiro obtido por meio de convênios e procedimentos particulares.

Apesar das críticas, o deputado federal Darcisio Perondi lembrou que Mato Grosso do Sul está entre os estados que cumprem a Emenda 29, que estipula percentual mínimo de repasse para a Saúde.

Ele afirmou ainda que a Prefeitura também tem repassado valor além do estipulado.

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