Greve de motoristas impacta atendimento na Santa Casa em oito setores
A ação já se estende para o terceiro dia e também impactou creches, comércio e a indústria
A greve dos motoristas de ônibus, que começou na segunda-feira (15), também provocou impactos pontuais na rotina da Santa Casa em oito setores, especialmente no deslocamento de colaboradores até a unidade hospitalar.
RESUMO
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A greve dos motoristas de ônibus em Campo Grande afetou diversos setores, incluindo a Santa Casa, onde 18 funcionários faltaram no primeiro dia e 17 no segundo. A instituição adotou medidas emergenciais, como o transporte de colaboradores por motoristas próprios, para manter os serviços essenciais. A paralisação, iniciada após o não pagamento integral dos salários, impactou também creches, comércio e indústria. Apesar do repasse de R$ 3 milhões pela Prefeitura ao Consórcio Guaicurus, a empresa alega complexidade financeira maior, envolvendo custos com combustível e manutenção, além dos salários atrasados.
De acordo com a instituição, apesar das dificuldades enfrentadas, todas as medidas necessárias foram adotadas para garantir o funcionamento dos serviços essenciais e a continuidade do atendimento à população.
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Segundo informações do hospital, no primeiro dia, ao todo 18 colaboradores faltaram ao trabalho. As ausências incluíram um motorista, sete colaboradores da portaria, quatro da cozinha, quatro do setor de elevadores e dois da lavanderia.
Já na terça-feira (16), foram registradas 17 faltas. Dentre elas, nove colaboradores da portaria, cinco do ambulatório, um do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), um do lactário e um do setor de elevadores.
“Para minimizar os impactos, motoristas da própria instituição realizaram o transporte de parte dos funcionários até o hospital, garantindo que as equipes essenciais estivessem completas e que a rotina interna não fosse comprometida”, diz a nota.
Outros setores – A greve que já se estende para o terceiro dia também impactou creches, comércio e a indústria. Tudo por falta de funcionário, que depende do transporte público.
Empresários estão tendo que arcar com transporte particular e tendo um prejuízo a mais nas contas para poder ter o trabalhador na empresa.
A educação também foi prejudicada. A Escola Municipal de Educação Infantil Emy Ishida Nascimento Nogueira, localizada na Avenida Antônio Maria Coelho, no Bairro Santa Fé, pediu aos pais que, se tivessem condições, ficassem com os filhos na segunda-feira.
Entenda - A greve dos motoristas de ônibus foi decidida em assembleia no dia 11 de dezembro, após o não pagamento integral dos salários da categoria, que deveria ter ocorrido no dia 5 de dezembro.
Já no dia 12 de dezembro, o Consórcio Guaicurus informou ter efetuado o pagamento de 50% dos salários devidos, mas a medida não foi suficiente para suspender a paralisação.
Durante coletiva de imprensa nos dias 15 e 16 de dezembro, a Prefeitura de Campo Grande afirmou que já havia feito o repasse de R$ 3 milhões.
Na audiência de conciliação, que foi realizada nesta terça-feira, no TRT-24 (Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região), o diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, Themis Oliveira, foi questionado sobre os recursos repassados pela Prefeitura. Ele confirmou que o município efetuou o repasse na sexta-feira (12), mas admitiu que o valor não foi direcionado prioritariamente para o pagamento da parcela salarial atrasada dos motoristas.
Segundo Themis, o consórcio enfrenta uma situação financeira mais ampla e complexa, e o pagamento de salários, por si só, não garantiria o retorno imediato dos ônibus às ruas. “Hoje o consórcio não tem caixa disponível para pagar essa outra parcela de 50%. Confirmo [o depósito da prefeitura], mas é preciso olhar isso de uma maneira maior. Só salário não faz a frota ir para rua. Eu tenho que pagar diesel, pagar peça e uma série de questões”, disse.
A Justiça do Trabalho determinou que o transporte coletivo de Campo Grande seja retomado de forma escalonada a partir das 6h desta quarta-feira, sob pena de multa diária de R$ 200 mil em caso de descumprimento. O que não ocorreu. A determinação da multa começou com R$ 20 mil por dia, depois passou para R$ 100 mil e, agora, chegou a R$ 200 mil por dia.
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