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Capital

Guardas aprovam indicativo de greve em pressão por reajuste e promoções

“Muitas vezes, o profissional deixa a direção da viatura zero km da Guarda e pega sua bicicleta”

Aline dos Santos e Cleber Gellio | 27/01/2022 12:07
Guardas durante assembleia para aprovar indicativo de greve. (Foto: Marcos Maluf)
Guardas durante assembleia para aprovar indicativo de greve. (Foto: Marcos Maluf)

A Guarda Civil Metropolitana aprovou indicativo de greve nesta quinta-feira (dia 27). A decisão vai ser comunicada à prefeitura de Campo Grande, abrindo a possibilidade de dois desfechos: ou há negociação para atender a categoria ou a greve será referendada em assembleia marcada para segunda-feira (dia 31).

“É um tiro de alerta para avisar que vamos ter greve se não tiver contraproposta nenhuma”, afirma Hudson Pereira Bonfim, presidente do Sindicato dos Guardas Municipais de Campo Grande.

O indicativo de greve foi aprovado por 80 filiados. Ao todo, são 1.050 profissionais em Campo Grande, sendo 750 sindicalizados. Os guardas foram ouvidos durante a reunião e apontaram dificuldades, como a relatada por Valdecir de Lima Soares, há 12 anos na profissão.

“Muitas vezes, o profissional deixa a direção da viatura zero km da Guarda, pega sua bicicleta com cortador de grama na garupa e segue para o próximo destino. Vai complementar a renda. Ele trabalha pensando nas dívidas e que tem que levar o sustento da família para a casa”, diz Valdecir, que é casado e tem uma filha de 9 anos. Ele recebe salário de R$ 1.800.

De acordo com o advogado Márcio Almeida, assessor jurídico do sindicato, o Poder Executivo recebeu as propostas da categoria, mas não deu respostas sobre as solicitações. “A gente enxerga um sinal de desrespeito ao não enviarem proposta”.

Os guardas querem cumprimento do plano de cargos e carreira, efetivação das promoções (paralisadas no ano passado), adicional noturno, adicional de periculosidade e reajuste de 56% no vale-alimentação, atualmente em R$ 294.

Segundo advogado, município deve equiparar benefício do vale-alimentação da categoria. (Foto: Marcos Maluf)
Segundo advogado, município deve equiparar benefício do vale-alimentação da categoria. (Foto: Marcos Maluf)

Segundo o advogado, o aumento do benefício tem precedente porque os guardas lotados na Câmara Municipal têm auxílio de R$ 800, conforme informado pela  Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social  em reunião realizada no dia 19 de janeiro.

 “O município deveria equiparar pelo princípio da isonomia. Passaram pelo mesmo concurso  e exercem a mesma função. A gente entende que é um valor minimamente digno”.

Na segunda-feira, a assembleia da categoria será realizada na Praça do Rádio, no Centro de Campo Grande. A reportagem entrou em contato com a prefeitura da Capital para saber se haverá proposta e aguarda retorno .

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