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Capital

HU atendeu 30 casos pelo Serviço de Atenção ao Aborto Legal e Violência Sexual

O atendimento especializado às mulheres vítimas de violência sexual é gratuito

Ângela Kempfer | 24/08/2023 14:48
Serviço vale para vítimas de violência e também grávidas após estupro.
Serviço vale para vítimas de violência e também grávidas após estupro.

Hospitais universitários federais vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares oferecem atendimento especializado às mulheres vítimas de violência sexual e de forma gratuita. O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian entrou nessa relação de instituições com equipe treinada para garantir o direito à assistência especializada e ao acolhimento humanizado

O Hospital Universitário da UFMS possui o Serviço de Atenção ao Aborto Legal e Violência Sexual e atende mulheres vítimas de violência sexual, que resultou em gravidez. Além dessa demanda, atende pelo serviço os casos de direito à interrupção da gestação nos casos de risco materno e nos casos de anencéfalos. Atualmente, o serviço é referência em Mato Grosso do Sul.

O acolhimento é realizado pela equipe multidisciplinar por meio do agendamento. A vítima é escutada com atenção, cuidado e interesse e também atende criança ou adolescente e garantir o acesso aos seus direitos.

A orientação referente aos seus direitos trata da interrupção da gestação, na permanência da gravidez e ficar com a criança ou na permanência da gestação, ou entregar para a adoção. De 2016 até 2022, a média de atendimentos era de 20 casos ao ano.

O espantoso é que em 2023 já foram registrados 30 casos. A mulher não precisa do boletim de ocorrência, caso queira realizar a interrupção da gestação. Para ser atendida, basta ligar para 67 3345-3090.

A Lei Maria da Penha cita cinco tipos de violência contra a mulher: física, psicológica, moral, patrimonial e sexual. No caso da violência sexual, o abuso ocorre quando uma pessoa é forçada a ter relações ou é submetida a qualquer tipo de ato sexual sem seu consentimento.

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o país registrou mais de cinco mil homicídios de mulheres e feminicídios em 2022. Os registros correspondem aos casos notificados às autoridades policiais e, portanto, representam apenas uma parte dos crimes sofridos. Ainda, foram contabilizadas mais de 10 mil tentativas de feminicídios e de homicídios de mulheres.

Outro dado alarmante é o número de estupros, maior de toda a história, com quase 75 mil, incluindo as vulneráveis. Conforme o relatório, em 2022 foram distribuídas e concedidas 522 mil medidas protetivas de urgência para brasileiras dos 27 estados do país, um crescimento de mais de 42 mil documentos expedidos em relação ao ano anterior, que teve 480 mil concessões. Além dos crimes contra a vida, as agressões em contexto de violência doméstica tiveram aumento de 2,9% em relação a 2021, totalizando 245.713 casos no ano passado; as ameaças cresceram 7,2%, resultando em 613.529 casos; e os acionamentos ao 190, número de emergência da Polícia Militar, chegaram a 899.485 ligações, o que significa uma média de 102 acionamentos por hora.

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