Incomodado com "sujeira", PM prende homem que carpia lote
Família afirma que policial chegou a sacar arma sem qualquer motivo
"Colocado em um camburão e levado para a delegacia porque estava trabalhando". Assim resume a família de Anderson Luiz Arcôncio, de 37 anos, ao denunciar a prisão injusta do trabalhador na tarde desta sexta-feira (27). Anderson estaria roçando uma área próximo ao quartel da Polícia Militar, em Campo Grande, e após algumas sujeiras serem lançadas com o serviço, chegou a ser intimidado com uma arma de fogo e preso.
Anderson trabalha há nove anos na empresa de gramas que presta serviços para a concessionária responsável pela Limpeza Urbana e também para a prefeitura da Capital. Então, na tarde desta quinta-feira (26), estava realizando o serviço junto a outros oito funcionários próximo ao campo de vôlei do Bairro União.
"Ontem, ele estava roçando em uma área próxima ao centro comunitário do União e como todo mundo sabe, às vezes, há risco de voarem pedras ou outras sujeiras, mas eles usam telas", explica um colega de Anderson, que pede para ter a identificação preservada.
O colega afirma que o policial estava jogando vôlei naquele momento. "Alegou que acertou ele, então, saiu do campo, pegou a arma e tentou intimidar, falando que ninguém tinha condição de indenizar ele", explica.
Já nesta sexta, o trabalhador continuou com os serviços na área do quartel da PM e, para não gerar confusão, a equipe foi até um dos policiais. "A equipe que estava roçando pediu para tirar os carros para não acertar nada nos carros", conta o colega. O mesmo policial estava de serviço naquele momento. "Hoje, ele estava de farda, viu o Anderson e tocou no assunto de ontem. Foi muito grosseiro, então, levou ele preso", lamenta.
O colega diz que não viu motivo para a prisão. "Ele estava trabalhando, é um cara de família, que precisa. Injustiça total". Anderson foi colocado no camburão e o filho dele chegou a fazer vídeo da prisão, onde mostra sua indignação. O trabalhador foi levado para a delegacia de Polícia Civil, em Campo Grande. "Colocaram ele em pé das 13h30 até as 16h30, algemado, como se fosse bandido", denuncia o filho.
A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com a assessoria da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), mas não obteve retorno até a publicação deste material.