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Capital

Jockey Club quer acordo para quitar IPTU e cogita vender sede por R$ 90 milhões

Entidade deve R$ 10,5 milhões, mas alega ter créditos a receber do município por áreas desapropriadas

Por Lucia Morel | 02/06/2025 17:27
Jockey Club quer acordo para quitar IPTU e cogita vender sede por R$ 90 milhões
Baias de onde saíam os cavalos para as corridas no Jockey Club. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

A expectativa dos associados do Jockey Club de Campo Grande é chegar a um acordo com a Prefeitura sobre a dívida milionária de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). A entidade deve R$ 10,5 milhões em tributos, mas alega ter créditos a receber do município por áreas desapropriadas e não indenizadas, cujos valores são quase equivalentes à dívida.

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O Jockey Club de Campo Grande busca acordo com a Prefeitura para quitar dívida de R$ 10,5 milhões em IPTU. A entidade alega ter créditos a receber do município por áreas desapropriadas e não indenizadas, com valores próximos ao débito tributário. O clube, que realizou sua última corrida oficial em 2011, possui cerca de 500 associados e está avaliado em R$ 90 milhões. Há divergências entre herdeiros sobre o futuro do espaço: enquanto alguns defendem sua reativação, outros preferem a venda do imóvel.

Sócio do clube, o advogado Rogelho Massud Junior, de 64 anos, afirma que há cerca de mil metros de ruas construídas nos arredores do espaço, além de outras duas desapropriações feitas pelo poder público sem pagamento. De acordo com ele, o clube é credor da prefeitura. As áreas desapropriadas incluem trechos de ruas asfaltadas e de terra. O valor não está sendo cobrado na Justiça.

“Não estamos cobrando nada na Justiça. Desde quando começamos a conversar sobre isso, ainda na época do Nelsinho (Trad), houve a possibilidade de acordo, de um encontro de contas entre o Jockey e a prefeitura. Nós poderíamos passar a cerca e fechar tudo ali, porque é nosso, mas nunca fizemos isso porque queremos uma convivência harmônica com o Poder Público”, explicou.

A proposta é que a situação seja resolvida com o Refis 2025 (Programa de Regularização Fiscal), que abre para negociação em 10 de junho. “Queremos fazer um encontro de contas e ver quanto fica o valor das desapropriações. Creio que, se compararmos com o IPTU, não deve ser grande a diferença”, comentou Massud, que afirma não saber o valor exato das áreas atingidas.

Atualmente, cerca de 500 associados são donos do imóvel onde funcionava o hipódromo. A última corrida oficial com apostas foi realizada em 2011. A mais recente Assembleia Geral ocorreu em 2019, quando o empresário Jamil Name assumiu a presidência da entidade. Como vice ficou o sobrinho dele, Carin Name. Jamil morreu em junho de 2021.

Massud, que acompanha o clube desde criança, quando ia com o pai às corridas, afirma que hoje é ele quem responde pela entidade e espera realizar nova assembleia com eleição da diretoria ainda neste ano.

Venda – Com os novos diretores eleitos, o Jockey deve definir o que será feito com o espaço. Uma das possibilidades é a venda do imóvel, avaliado em R$ 90 milhões. “Nós, que somos filhos dos sócios que construíram o Jockey, queremos reativar o espaço, essa é nossa ideia. Já os netos, querem vender e ficar com o dinheiro”, diz Massud.

A indefinição ocorre porque grande parte dos fundadores já morreu, restando herdeiros de segunda e terceira geração. Os filhos mantêm o vínculo afetivo com o local e a tradição das corridas de cavalos. “Meu pai passou a vida toda mexendo com o Jockey, e seria como rasgar o passado dele se eu ao menos não tentasse fazer o local ressurgir. É o pensamento dos filhos dos turfistas, verdadeiros turfistas”, afirma o advogado.

Outra possibilidade seria construir um novo Jockey Club em Campo Grande, proposta que também será discutida em assembleia após a eleição.

Usucapião – Sobre a ação judicial em que 13 treinadores de cavalos pedem a posse do imóvel por usucapião, Massud diz não se preocupar. “É impossível eles comprovarem que têm a posse, porque eu tenho todos os documentos. Nós somos os donos”, garante. Segundo ele, “eles nunca tiveram a posse dali e vão ficar até nós deixarmos”.

Sobre o abandono do local, ele sustenta que a situação se agravou após a morte de Jamil Name. “Até então, o empresário cuidava do espaço”, finalizou.

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