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Capital

Morador de rua foi atraído pela ex-mulher para local onde foi queimado

Paula Vitorino e Fernando da Mata | 16/03/2012 11:45

Sete pessoas ajudaram no crime, cinco estão presas. Vítima está internada na Santa Casa

Cinco presos foram apresentados hoje à imprensa. (Foto: Fernando da Mata)
Cinco presos foram apresentados hoje à imprensa. (Foto: Fernando da Mata)

O morador de rua Levi da Costa, de 22 anos, foi atraído pela ex-mulher Lucilene Tavares dos Santos, de 36 anos, para o local onde teve o corpo incendiado, na madrugada de sábado (10), em Campo Grande.

Segundo o delegado que comanda as investigações do caso, Weber Luciano de Medeiros, a mulher encontrou com Levi e o levou para um bar, no bairro Morada Verde. No local, outras quatro pessoas, integrantes de um grupo de tráfico de drogas, esperavam por Levi e cercaram a vítima.

Renato dos Santos Almeida, de 28 anos, pegou uma corda e amarrou Levi. A vítima foi levada para um centro catequético de uma igreja próxima e espancada. Em seguida, o jovem foi levado para uma rua de asfalto, onde teve o corpo incendiado.

Segundo o delegado, Thiago Misael Segóvia de Moura, de 21 anos, foi quem jogou gasolina no corpo da vítima e Thiago Vieira da Silva, de 23 anos, ateou fogo logo em seguida. Os dois estão foragidos.

De acordo com a investigação, Levi rolou pelo asfalto na tentativa de apagar o fogo e depois saiu correndo, entrou em um matagal e foi encontrado andando pela rua Albatroz, no bairro Nascente do Segredo. Ele foi socorrido por populares, que acionaram o Corpo de Bombeiros.

Levi sofreu queimaduras de segundo grau, espalhadas, principalmente, pela genitália, peito e cabeça. Dependente químico, ele foi expulso de casa em 2007 pelo pai, e morava na rua. Levi está internado na ala de queimados da Santa Casa.

Corda utilizada no crime e fotos da simulação feita pela Polícia Civil.
Corda utilizada no crime e fotos da simulação feita pela Polícia Civil.

Tráfico - A motivação para o crime, segundo a Polícia Civil, foi uma dívida de R$ 450 que Levi tinha com um grupo de traficantes. Sete pessoas são apontadas pela investigação como participantes do crime, sendo que cinco estão presas e foram indiciadas por tentativa de homicídio qualificada por motivo fútil, meio cruel e sem defesa da vítima.

Lucilene, Renato, Thiago Vieira, Thiago Misael e Luiz Henrique dos Santos, de 53 anos, estiveram na cena do crime e ajudaram a espancar e atear fogo em Levi.

Durante apresentação a imprensa nesta manhã, eles negaram envolvimento no crime. Lucilene disse que "queria que ele estivesse aqui para dizer na minha cara que eu tive participação. Eu não vi ele pegando fogo". Ela disse que morou com Levi por 2 anos e trabalha como garota de programa.

Outros dois envolvidos, Luis Ricardo Vieira da Silva, de 23 anos, e Vagner Miranda da Silva, de 34 anos, tem participação no crime, mas não estiveram no local, segundo a investigação.

Quem articulou toda a ação foi Luiz Henrique, apontado como um dos gerentes do tráfico de drogas. Ele é pai de Magno Henrique Martins dos Santos, de 28 anos, condenado por atropelar e matar Rayane Amorim Piccelli Pereira, de 6 anos, na tentativa de fugir de perseguição policial.

A Polícia Civil realiza buscas na tentativa de localizar e prender Thiago Veira e Thiago Misael. Thiago Vieira chegou a se apresentar na 2ª Delegacia de Polícia Civil, na terça-feira (13), mas foi liberado porque não tinha mandado de prisão expedido.

Acompanhado do advogado, ele admitiu ter agredido Levi, mas negou ter ateado fogo. No entanto, o delegado afirmou hoje que as declarações de Thiago não condizem com o restante do depoimento dos envolvidos.

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