“Não peço para pagarem as minhas contas”, diz Adriane sobre Consórcio
Prefeita também confirma que isenção de ISS está em discussão após crise

Em meio à crise do transporte coletivo, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), deixou claro que não concorda em pagar pela quebra de caixa do Consórcio Guaicurus. As declarações foram feitas durante a inauguração de uma nova unidade da Fundação do Trabalho, no bairro Moreninhas, nesta quarta-feira (17).
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A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, afirmou que não assumirá responsabilidade pela quebra de caixa do Consórcio Guaicurus, empresa responsável pelo transporte coletivo da cidade. Durante inauguração de unidade da Fundação do Trabalho, ela ressaltou que todos os recursos devidos foram repassados ao consórcio ao longo do ano. Em meio à greve dos motoristas, que já dura três dias, a gestora considera a paralisação abusiva por não manter 70% da frota em circulação. Um projeto na Câmara Municipal pode derrubar a isenção do ISSQN concedida ao consórcio desde 2013, benefício que já representou cerca de R$ 7 milhões em impostos não recolhidos.
“Primeiramente, esse não é um problema da prefeitura. A prefeitura repassou, ao longo do ano, todos os recursos devidos à empresa. Trata-se de uma questão da empresa com os seus funcionários”, disse Adriane.
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Sobre a alegação de que o consórcio tem apenas o município como cliente e depende de reajuste, a prefeita afirmou que “eu não peço para ninguém pagar as minhas contas; as contas são da empresa. Cabe à empresa administrar isso e buscar meios e caminhos para resolver o problema”.
Com os transtornos provocados pela greve, existe a possibilidade de derrubada da isenção do ISSQN (Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza) concedida ao Consórcio Guaicurus como forma de aliviar as contas. O projeto já está na Câmara Municipal, e Adriane afirma que é uma “tratativa herdada”.
“O projeto já está na Câmara desde o início deste mês, porque essa é uma das tratativas feitas no passado, que eu herdei. Quando assumi a gestão, essa negociação já havia sido realizada, com o objetivo de dar condições ao consórcio para melhorar a qualidade dos serviços. E é isso que nós estamos cobrando”, afirmou.
A isenção é aplicada desde 2013 e renovada anualmente. Nesse período, a concessionária deixou de recolher quase R$ 7 milhões em impostos aos cofres da prefeitura.
Por fim, a prefeita reforçou que considera a paralisação abusiva. “Nós ainda estamos vivenciando essa greve, que considero abusiva, porque deveria haver, no mínimo, 70% da frota circulando, mas houve paralisação total. Em razão dessa situação, os prejuízos estão sendo contabilizados diariamente”, concluiu.
Greve - Nesta quarta-feira (17), os motoristas mantiveram a paralisação total pelo terceiro dia consecutivo, mesmo após decisão judicial que determinou a retomada parcial da frota e elevou a multa diária aplicada ao sindicato.
O movimento foi mantido após assembleia realizada em frente ao TRT-24 (Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região), com a justificativa de atraso no pagamento de salários. O Consórcio Guaicurus reconhece que ainda há valores pendentes e afirma que segue negociando com a Prefeitura.
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