Decreto corta pela metade adicional de plantões aos profissionais de saúde
Servidores da rede municipal protestam contra redução de extras e cobram explicações da Prefeitura
A Prefeitura publicou, nesta sexta-feira (7), decreto no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) que corta pela metade os adicionais pagos aos profissionais da saúde em plantões. O índice que era de 20% caiu para 10%. A medida pegou muitos de surpresa, especialmente porque, segundo a categoria, na semana passada, a administração municipal havia se comprometido a não realizar cortes no setor.
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A Prefeitura de Campo Grande anunciou mudanças no pagamento dos plantões eventuais dos profissionais de saúde. As alterações, publicadas no Diário Oficial, incluem novos cálculos baseados na categoria profissional e carga horária, além de um acréscimo de 10% para plantões em finais de semana e feriados. Entre as modificações, médicos receberão R$ 106,69 por plantões de 12 horas nos finais de semana, enquanto enfermeiros terão direito a R$ 57,50 pelo mesmo período. As medidas visam equilibrar a remuneração justa dos servidores com a responsabilidade fiscal do município.
Antes, um médico, por exemplo, recebia R$ 213,00 de acréscimo por cada plantão de 12 horas em feriados e fins de semana. Com a mudança, o valor cai para R$ 106, 69. Outra preocupação é decreto que substitui regras de 2024 não traz Gratificação Natalina para a categoria.
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A mudança foi recebida com indignação pelos profissionais da saúde, que dizem enfrentar dificuldades desde a pandemia. Em entrevista ao Campo Grande News, o presidente do Sinmed/MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Marcelo Santana, falou da frustração. Segundo ele, Adriane Lopes havia garantido que os profissionais da saúde não seriam atingidos por nenhum tipo de corte, mas a publicação no Diogrande contrariou essa promessa.
Sem citar números, disse que a equipe da entidade ainda está fazendo os cálculos sobre como fica o pagamento após os cortes. "Foi um anúncio que pegou todos de surpresa. A gestão havia garantido que não haveria prejuízos para os servidores da saúde, mas agora a realidade é bem diferente. A categoria se sente desrespeitada e ainda mais sobrecarregada, principalmente após o aumento da demanda nos postos de saúde", afirmou Marcelo.
O presidente da entidade destacou que os plantões de fim de semana, uma forma de incentivo para que os profissionais trabalhem nesses períodos, sofreram um corte significativo que pode afastá-los das escalas.
Além disso, o Sindicato aponta que os servidores da saúde estão sem reajuste salarial há mais de cinco anos. "A gestão alegou que não haveria redução nos salários, mas, na prática, estamos vendo o contrário. Isso é muito preocupante, principalmente com o aumento da demanda por serviços de saúde", comentou o representante sindical.
Diante do cenário, o Sinmed/MS está se articulando com outras entidades sindicais para buscar uma solução. Uma reunião está sendo agendada com a administração municipal para tentar reverter a situação e evitar que a medida prejudique ainda mais os profissionais da saúde.
"Estamos organizando uma manifestação com todas as entidades sindicais para expressar nosso descontentamento. Vamos buscar alternativas legais para reverter esse corte e garantir que os profissionais da saúde não sejam penalizados por uma questão administrativa que não foi tratada de forma eficiente", explicou Marcelo.
O Campo Grande News entrou em contato com a gestão municipal para obter um posicionamento oficial sobre a medida, mas até o momento não houve retorno. O espaço está aberto para esclarecimentos.
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