Tapa-buracos foi reduzido em 25% desde janeiro e pasta de obras prevê demissões
Secretário de Infraestrutura confirma cortes desde o início do ano e promete corte na folha de pagamento
A Prefeitura de Campo Grande vem enfrentando uma sequência de cortes orçamentários na Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) desde o início de 2025. Segundo o titular da pasta, secretário Marcelo Miglioli, houve uma redução de 25% nos recursos destinados à manutenção urbana, incluindo o serviço de tapa-buracos, e a pasta deve ampliar o contingenciamento nos próximos meses, com impacto direto na folha de pagamento e possibilidade de demissões.
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A Prefeitura de Campo Grande enfrenta cortes orçamentários significativos na Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos desde o início de 2025. O secretário Marcelo Miglioli revelou uma redução de 25% nos recursos para manutenção urbana, incluindo o serviço de tapa-buracos, além de cortes de 50% na zeladoria realizada pela Solurb. A situação também afetará o quadro de funcionários, com previsão de demissões devido à redução de 20% na folha de pagamento. A administração municipal ainda suspendeu uma licitação de R$ 20 milhões destinada ao manejo da arborização urbana, após questionamentos técnicos de uma empresa interessada.
As declarações foram feitas durante reunião da Comissão Permanente de Obras e Serviços Públicos da Câmara Municipal, realizada na manhã desta quinta-feira (6), convocada para discutir as condições das obras e serviços de manutenção da cidade. O encontro foi motivado por reclamações de vereadores e da população sobre a descontinuidade da operação tapa-buracos e os transtornos causados pelas fortes chuvas.
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Miglioli explicou que o ajuste financeiro começou ainda no início do ano. “Já tínhamos pactuado um contingenciamento. Fizemos uma redução de 50% na zeladoria feita pela Solurb e um corte de 25% nos valores destinados à manutenção da cidade, incluindo o tapa-buracos e a manutenção não pavimentada”, afirmou. Segundo ele, a secretaria também vem reduzindo gastos com energia e água.

Além dos cortes nos contratos e serviços, o secretário confirmou que a Sisep está aplicando uma redução de 20% na folha bruta da secretaria, o que deve atingir parte dos servidores. “Alguns casos de demissão, sim. Estamos terminando o levantamento, mas vai haver incidência. Protegemos quem ganha abaixo de R$ 3 mil. Fizemos uma coisa equilibrada. Não é uma agenda satisfatória, mas é necessária para atravessar o momento de dificuldade”, disse.
A situação financeira da Prefeitura também impactou outras frentes da infraestrutura. A administração municipal suspendeu a licitação de cerca de R$ 20 milhões que previa a contratação de uma empresa para manejo da arborização urbana, incluindo poda, remoção de árvores e destinação de resíduos, nas sete regiões da cidade. O processo foi interrompido após questionamentos técnicos feitos por uma das empresas interessadas.
O aviso de suspensão foi publicado no Diogrande na terça-feira (4), um dia antes do registro de mais de 80 quedas de árvores provocadas por uma tempestade que atingiu a Capital. Miglioli justificou a decisão como uma medida preventiva para evitar futuras contestações judiciais. “Preferimos atrasar um pouco o processo, mas fazer da forma mais correta possível”, afirmou.
Durante a reunião, o presidente da Câmara Municipal, vereador Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), criticou a falta de informações sobre os critérios usados pelo Executivo para definir prioridades de pagamento e manutenção. “Muita conversa, muita expectativa para o futuro, mas ação para agora é zero. Lamentamos profundamente a ausência da secretária Márcia [Hokama] numa reunião como essa”, disse.
Diante da ausência da titular da Secretaria de Finanças, os vereadores aprovaram o requerimento, de autoria da vereadora Ana Portela (PL), convocando Márcia Hokama para comparecer à Câmara no próximo dia 18 de novembro, às 9h, a fim de prestar esclarecimentos sobre os recursos destinados às operações de tapa-buracos e demais obras de manutenção viária.
O objetivo, segundo o documento, é garantir transparência e controle fiscal sobre a execução das verbas públicas. “A convocação tem por objetivo assegurar que o Legislativo exerça plenamente sua função fiscalizatória e de acompanhamento das políticas públicas municipais”, diz o texto.
Apesar dos cortes e da previsão de novas reduções, Miglioli afirmou que a Sisep tenta manter a regularidade dos serviços essenciais. “Estamos tratando com transparência. A cidade vive um momento difícil, mas tenho certeza de que não vamos comprometer o ritmo do nosso trabalho”, concluiu.


