“Nunca recebeu apoio do Exército”, diz esposa de ex-sargento baleado pela PM
O militar, em surto, se cortou e atacou policiais com um canivete na Vila Planalto na madrugada de hoje
A esposa do sargento, ex-militar do Exército, que foi baleado na madrugada desta terça-feira (16) em Campo Grande, relatou ao Campo Grande News que o marido enfrentava problemas graves de saúde mental há anos e que nunca recebeu o devido acompanhamento pela corporação. Segundo ela, o surto que levou à intervenção policial começou quando ele tentou se cortar dentro de casa, na Vila Planalto.
RESUMO
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Ex-sargento do Exército baleado pela PM em Campo Grande sofria de problemas mentais e não recebeu apoio da corporação, afirma esposa. O militar apresentou sinais de transtornos em 2018 e tentou suicídio três vezes entre 2018 e 2020. Apesar dos relatos à instituição, nunca foi encaminhado para acompanhamento psicológico. Transferido para Manaus em 2021, teve o uso da arma restrito e entrou em depressão. Após se envolver em um caso de legítima defesa, ficou preso por três meses. Entre 2023 e 2024, tentou suicídio sete vezes. Diagnosticado com transtorno bipolar e borderline, teve o pedido de reforma negado. Licenciado em setembro deste ano por motivos de saúde mental, foi baleado pela PM após um surto em casa.
Militar de carreira desde 2000, formou-se como terceiro-sargento pela ESA (Escola de Sargentos das Armas). Ainda segundo a esposa, ele começou a apresentar sinais de problemas de saúde mental em 2018, logo após chegar a Campo Grande, e entre 2018 e 2020 tentou suicídio três vezes, jogando o carro contra um caminhão, acelerando o veículo até um barranco e batendo o carro em uma rotatória.
Apesar de comunicar aos superiores, o sargento nunca foi encaminhado para acompanhamento psicológico, sendo colocado em funções abaixo de sua formação.
Em 2021, ele foi transferido para Manaus, onde teve o uso da arma restrito e entrou em depressão. Em agosto de 2022, o militar sofreu uma emboscada na zona leste da cidade e, em legítima defesa, efetuou um disparo que atingiu um dos homens. Ele ficou preso pouco mais de três meses, mas o Exército manteve o processo sob avaliação.
Entre agosto de 2023 e dezembro de 2024, o militar teria tentado suicídio cerca de sete vezes, sem acompanhamento psicológico regular. Profissionais de saúde confirmaram que ele sofre de transtorno bipolar e borderline, recomendando sua reforma, direito do militar que adoece em serviço, mas o pedido foi engavetado. Somente em setembro deste ano, o Exército decidiu licenciá-lo por motivos de saúde mental, e não pelo processo por homicídio, que segue suspenso.
Na madrugada desta terça-feira, a esposa acionou a Polícia Militar após o marido se cortar com um canivete dentro de casa. Quando os policiais chegaram, ele teria arremessado uma televisão e investido contra os policiais, que dispararam um tiro no pé para contê-lo. O militar também apresentava ferimentos nas pernas e no tórax e foi levado à Santa Casa sem risco de morte.
O Comando Militar do Oeste informou que o homem é ex-militar e foi licenciado neste ano. "Ele segue na situação sub judice pelo processo de homicídio cometido em Manaus", declarou em nota.
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