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Artes

Campo-grandenses lançam trilogia e dão voz à história do cooperativismo

Obra de campo-grandenses resgata memórias do cooperativismo de crédito no Sul do país

Por Thailla Torres | 16/09/2025 16:47
Campo-grandenses lançam trilogia e dão voz à história do cooperativismo
Trilogia Um Elo Entre Vidas mergulha na essência do cooperativismo de crédito no Brasil.

Na última semana, Florianópolis viu literatura e memória se entrelaçaram. No Resort Costão do Santinho, diante de 320 convidados, dois jornalistas de Campo Grande, Fernanda Monteiro Ramos e Paulo Renato Coelho Netto, lançaram a trilogia Um Elo Entre Vidas, obra que mergulha na essência do cooperativismo de crédito no Brasil.

RESUMO

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Jornalistas de Campo Grande lançam trilogia sobre cooperativismo em evento com 320 convidados em Florianópolis. As obras "Pilares do Cooperativismo: Colaboradores", "Dirigentes" e "Associados" resgatam a história do movimento no Sul do país. Com 15 mil exemplares, a coleção editada pela Confebras é o maior projeto editorial da instituição. Os livros trazem relatos de superação de colonos descendentes de italianos, alemães e ucranianos que ajudaram a construir o sistema cooperativo. O modelo, baseado na entreajuda e no acesso a crédito, transformou a economia da região, impulsionando pequenas propriedades com tecnologia e investimentos. A obra destaca o capital humano como essência do cooperativismo, ressaltando a colaboração como pilar fundamental para o fortalecimento das comunidades.

Os três volumes "Pilares do Cooperativismo: Colaboradores" (Fernanda), "Pilares do Cooperativismo: Dirigentes" e "Pilares do Cooperativismo: Associados" (Paulo), são uma viagem pela história de homens e mulheres que ajudaram a erguer o sistema cooperativo no Sul do país. Histórias reais, de sacrifício, de superação e de fé em um modelo que se fortalece na coletividade.

“Entrevistei sessenta e seis pessoas, trinta e três para cada livro. Em comum, todos tinham uma história marcante de superação. Gente que ajudava a ordenhar vacas pela manhã, viajava quilômetros a cavalo até a escola e voltava para trabalhar no sítio com a família. Mesmo diante de tantas dificuldades, nenhum desistiu”, conta Paulo.

À medida que avançava nas entrevistas, o jornalista percebeu que não estava apenas escrevendo sobre cooperativas, mas também registrando a história de colonos que moldaram Santa Catarina – descendentes de italianos, alemães, ucranianos. “O cooperativismo faz parte do DNA europeu. Foi um padre suíço, Theodor Amstad, quem fundou a primeira cooperativa em Nova Petrópolis, em 1902. A história do cooperativismo é linda”, relembra.

Esses colonos, vindos de um continente marcado pela fome e pelas guerras, trouxeram a cultura da entreajuda. “Quando um colono plantava, os vizinhos ajudavam. Depois, todos seguiam juntos para outro sítio. Era natural. Quem matava uma vaca trocava carne por milho, batata, uvas. Eles aprenderam a poupar e a se ajudar mutuamente”, explica Paulo.

Campo-grandenses lançam trilogia e dão voz à história do cooperativismo
Mariluce Lemos, Fernanda Monteiro, Paulo Renato e Elisete Cavalieri. (Foto: Arquivo Pessoal)

Cooperativismo ontem e hoje

O lançamento em Santa Catarina não foi por acaso. Ali, o cooperativismo se tornou alicerce da economia. Pequenas propriedades, de 20 hectares, são aproveitadas ao máximo, com tecnologia, genética, ordenhas mecanizadas e até ambientes climatizados para garantir o conforto animal.

“O que para nós, no Centro-Oeste, ainda soa como gasto, para eles é investimento com retorno garantido. As cooperativas entendem e incentivam o pequeno produtor. No início, se uniam para conseguir crédito que os grandes bancos não forneciam. Hoje, são os bancos que disputam os cooperados”, observa Paulo.

Ele reconhece que a realidade do Sul é distinta da do Centro-Oeste, marcada pelo latifúndio, mas enxerga no modelo uma inspiração. “Espero que o cooperativismo cresça aqui tanto quanto no Sul do Brasil.”

A coleção foi editada pela Confebras, com 15 mil exemplares, tornando-se o maior projeto editorial da instituição. Prefaciada por nomes como Ailton de Aquino Santos (Banco Central) e Marco Aurélio Borges de Almada Abreu (Centro Cooperativo Sicoob), a obra reconhece algo essencial: o capital humano.

“Elas tiveram a percepção da essência do ser humano para conseguir traduzir o que é o cooperativismo de crédito em palavras”, destacou Elisete Cavalieri, idealizadora do projeto ao lado de Mariluce Lemos Guetten Ribeiro.

No palco do lançamento, dirigentes lembraram que o cooperativismo não é apenas um modelo financeiro. É uma maneira de estar no mundo. “Tudo é feito de pessoas para pessoas. É a colaboração entre elas que sustenta os pilares da nossa existência e fortalece nossas comunidades”, resumiu Elisete.

O presidente do Sicoob em Santa Catarina, Rui Schneider da Silva, parabenizou as idealizadoras. “É uma satisfação muito grande ver aquele projeto, que já nasceu grandioso, se tornar um trabalho estupendo. Espero que a instituição continue nessa trilha de progresso, educação e capacitação, para atender cada vez melhor nossos associados, por mais distantes que estejam”, declarou.

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