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Capital

Oito meses após acordo, parque da Capital segue fechado e abandonado

Alan Diógenes | 21/12/2015 19:15
Portões do parque estão lacrados com correntes e cenário é de abandono. (Foto: Gerson Walber)
Portões do parque estão lacrados com correntes e cenário é de abandono. (Foto: Gerson Walber)
Igor disse que depois de inaugurado, parque não tinha manutenção e logo foi fechado. (Foto: Gerson Walber)
Igor disse que depois de inaugurado, parque não tinha manutenção e logo foi fechado. (Foto: Gerson Walber)

A Prefeitura Municipal não seguiu as determinações do MPE (Ministério Público Estadual) feitas há oito meses para regularizar a área do Parque Cônsul Assaf Trad, na Capital, e ele continua fechado e abandonado. O mato alto tomou conta do parque, lixeiras estão quebradas e a estrutura de entrada foi pichada por vândalos.

Diante do fechamento, a população tem que fazer caminhadas na Avenida Cônsul Assaf Trad se colocando a risco de acidentes. Sem a área de lazer, muitos também se deslocam para outros locais como: Parque das Nações e Parque do Sóter, que já possuem uma superlotação de usuários vindos de outras regiões da cidade.

O morador Igor Ricardi de Souza, 19 anos, disse que o parque funcionou de fato no final de 2009 e no começo de 2010, após ter sido inaugurado. “Depois ele foi interditado por tempo indeterminado porque não havia manutenção. Cheguei a frequentar e vi o parquinho das crianças virar ruína. Só houve promessa de reabrir, mas até agora nada”, comentou.

Para ele, o parque fechado é um desperdício para toda a sociedade. “Onde os jovens irão praticar suas atividades. É por isso que tem muito adolescente usando droga na rua, porque não têm um local para se ocupar. Sem falar nos idosos que precisam fazer exercícios”, destacou.

Dona de um comércio próximo, Rose Maria de Souza, 50, vê todos os dias pessoas caminhando na ciclovia da Avenida Cônsul Assaf Trad. Para ela, a população está se arriscando por não ter um parque que é de seu direito. “A gente paga IPTU, água e luz, ou seja, nossos impostos, e não podemos usufruir do parque. O pessoal caminha na avenida se expondo ao risco de acidentes e de serem assaltadas”, mencionou.

O local está fechado a tanto tempo que a funcionária pública Lusane Moreira, 49, achou que nem existia um parque próximo de sua casa. “Nem sabia que era um parque porque nunca vi movimento de pessoas, achei que era área militar por ter o Projeto Florestinha da PMA (Polícia Militar Ambiental) funcionando lá dentro”, salientou.

Valmir falou que população ficou sem a única área de lazer. (Foto: Gerson Walber)
Valmir falou que população ficou sem a única área de lazer. (Foto: Gerson Walber)
Rose afirmou que pessoas se arriscam fazendo caminhada em avenida movimentada. (Foto: Gerson Walber)
Rose afirmou que pessoas se arriscam fazendo caminhada em avenida movimentada. (Foto: Gerson Walber)

O funcionário público Valdir Amad, 48, também sente o fechamento do parque. “Eu sempre caminhava lá dentro, agora não tenho onde caminhar. Sem falar que todos os moradores próximos ao parque estão sem área de lazer para levar os filhos no dia de domingo, por exemplo”, destacou.

As determinações do MPE foram feitas em abril deste ano, após visitas da promotora Andréia Cristina Peres da Silva, titular da 42ª Promotoria de Justiça, ao local. As providências eram para conter as ameaças ao meio ambiente, como erosões e comprometimento dos mananciais.

Na visita, ficou constatado a existência da nascente do Córrego Coqueiro e Três Lagoas, bastante assoreada. Também foi constatada pouca vegetação e degradação ambiental decorrentes de problemas de drenagem das águas pluviais que correm para o parque.

A prefeitura, conforme o Ministério Público, não justifica porque o local não é aberto, nem porque permite a deterioração do espaço sem que a população possa usufruir do local público. Lá, existem trilhas, bancos, teatro de arena, campo de futebol.

O Campo Grande News pediu um posicionamento da prefeitura sobre o assunto, mas na tarde desta segunda-feira (21) não houve retorno até a publicação desta matéria.

Abandonado, parquinho das crianças fica escondido pelo mato alto. (Foto: Gerson Walber)
Abandonado, parquinho das crianças fica escondido pelo mato alto. (Foto: Gerson Walber)
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