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Capital

Pai que matou menino de dois anos afogado divide cela com 64 presos

Agepen afirma que não houve relatos de hostilidade a Evaldo Zenteno, que afogou até a morte o menino Miguel, de 2 anos

Marta Ferreira | 23/09/2019 13:48
Evaldo no dia em que foi preso pelos policiais do Batalhão de Choque. (Foto: Divulgação/BPChoque)
Evaldo no dia em que foi preso pelos policiais do Batalhão de Choque. (Foto: Divulgação/BPChoque)

É com outros 64 presos, a maioria expressiva deles criminos sexuais, que Evaldo Christyan Dias Zenteno, de 21 anos, está dividindo cela no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande), desde sexta-feira (20), quando teve a prisão preventiva decretada, depois de confessar que matou por afogamento o filho Miguel, de dois anos.

De acordo com as informações da Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário), não houve registro de algum tipo de agressividade dos outros detentos em relação a Evaldo. Havia o temor de que mesmo entre os “Jacks”, como são chamados os estupradores na linguagem do cárcere, ele não estivesse em segurança, dado o tipo de crime que cometeu.

A ala dos estupradores, conhecida como “Jackolandia”, é tida como uma espécie de “seguro de vida” para os condenados por estupro e os pedófilos ou ainda criminosos que mataram a mãe, todos rejeitados pela massa carcerária. Em Campo Grande, o complexo penal onde fica o IPCG, o Presídio de Trânsito, o Centro de Triagem e ainda a Penitenciária de Segurança Máxima, na saída para Três Lagoas, é dominado pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), que tem até artigo em seu “estatuto” contra os criminosos sexuais.

De acordo com a Agepen, Evaldo foi levado para essa área como medida de segurança e ali seguirá a rotina dos outros presos.

Assassinato - Evaldo foi preso na quinta-feira (19) por policiais do Batalhão de Choque, depois de levar o filho, já morto, para a Santa Casa de Campo Grande, e dar versões conflitantes para o que havia acontecido com a criança. Primeiro disse que assaltantes haviam levado o menino e jogado num córrego, depois disse ter matado a criança com dois comparsas e, já na delegacia, confessou ter afogado a criança em uma bacia, para se vingar de uma suposta traição da ex-esposa.

Os dois conviveram dois anos e estavam separados havia dois meses, conforme o depoimento da jovem, moradora em Aquidauana, de 21 anos. Na sexta-feira (20), foi decretada pela Justiça a prisão preventiva de Evaldo e, na sequência, houve a transferência para o IPCG. No auto de prisão, as testemunhas revelaram mais detalhes do assassinato que provocou comoção, entre eles um telefonema para a mai contando uma das versões mentirosas.

O inquérito está em andamento na Polícia Civi que, até sexta-feira, havia ouvido a mãe do bebê, um tio e os policiais responsáveis pela ocorrência. O indiciamento é por homicídio triplamente qualificado.

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