Para funerárias, novo cemitério público custará menos do que crematório
Para as funerárias de Campo Grande, um novo cemitério público na cidade seria mais bem vindo do que um crematório, que pode ser criado na cidade. Segundo as empresas, um crematório exigiria um investimento três vezes maior, e ainda poderia ficar ocioso, além de gerar uma série de problemas técnicos.
Conforme Ilmo Cândido, consultor funerário e homem à frente da reestruturação da Aepaf/MS (Associação das Empresas de Pax e Funerárias de Mato Grosso do Sul), o setor espera que a possível instalação de um crematório público na Capital seja discutido mais amplamente, com as funerárias participando, o que ainda não ocorreu.
O consultor explica alguns entraves para a implantação do crematório, como questões legais. Em alguns casos a pessoa não pode ser cremada, como em um uma morte violente, que depende de autorização judicial. Além disso, o município não tem um IML (Instituto Médico Legal) adequado, o que dificultaria a emissão de autorizações para cremar”, explicou.
Candido ainda exemplifica, afirmando que só existe um crematório público no Brasil, em São Paulo (SP). Na capital paulista são entre 380 e 500 óbitos por dia, e mesmo assim o crematório não é usado todos os dias. Já na capital sul-mato-grossense são cerca de 350 mortes a cada 30 dias, o que poderia resultar em um crematório ocioso.
“Um crematório público exigiria um investimento alto, três vezes maior do que um novo cemitério, para atender uma minoria”, defendeu Candido.
Proposta – Para o consultor, um cemitério público novo e moderno seria bem mais adequado à realidade campo-grandense, podendo atender um número bem mais alto de pessoas, com um custo menor para implantação.
Mesmo assim, as funerárias esperam que se faça um estudo amplo e detalhado das condições da cidade.
Polêmica - A Câmara de Campo Grande adiou para a próxima terça-feira (8) votação do recurso contra o parecer da Comissão Permanente de Legislação, Justiça e Redação Final, que teve três votos contrários e dois favoráveis, ao Projeto de Lei n° 7.458/13, de autoria do vereador Eduardo Romero (PT do B), que autoriza a criação de crematórios públicos, fornos e incineradores em Campo Grande-MS. O recurso está previsto no art. 43 da Lei Orgânica do Município (LOM).
A comissão, por maioria, considerou “inconstitucional” o projeto, que foi sugerido por entidades da sociedade civil, como Associação dos Aposentados, Fórum do Meio Ambiente, Fórum da Cidadania, Cedampo e Abccon. Na última terça-feira, os vereadores Eduardo Romero, Elizeu Dionízio (PSL) e Grazielle Machado (PR) cobraram que fosse demonstrada a inconstitucionalidade, alegada por Edil Albuquerque e Paulo Pedra, ambos do PMDB.