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Capital

Passageiros fecham terminal e são dispersados com spray de pimenta

Segundo relatos de passageiros, o bloqueio começou às 7h40min e durou cerca de 30 minutos

Jones Mário, Clayton Neves e Anahi Zurutuza | 15/11/2019 08:44
Manifestantes questionaram ação dos guardas municipais (Foto: Marcos Maluf)
Manifestantes questionaram ação dos guardas municipais (Foto: Marcos Maluf)

Grupo de passageiros bloqueou a saída sentido centro do terminal Morenão, em Campo Grande, no início da manhã desta sexta-feira (15), feriado da Proclamação da República, em protesto contra demora de ônibus. Usuários alegam atraso de uma hora em linhas que passam pelo local.

Segundo relatos de passageiros, o bloqueio começou às 7h40min e durou cerca de 30 minutos. O GPI (Grupo de Pronta Intervenção) da Guarda Municipal foi acionado e dispersou os manifestantes com spray de pimenta.

Veja imagens do protesto e em seguida, de parte da confusão entre guardas e manifestantes:

Com os olhos irritados e camisa manchada após a intervenção da força de segurança, a diarista Regina Lúcia, 26 anos, diz que chegou no terminal às 6h40min para tomar ônibus da linha 072 (Nova Bahia/Morenão). Nenhum veículo do itinerário havia chegado até o início do protesto.

“Deixei meu filho de um ano em casa, chorando. A gente se sente humilhada, porque está indo trabalhar e acontece uma coisa dessas”, lamenta.

Passageira de 39 anos, que não quis se identificar, também aguardava ônibus para o trabalho. “Quando eles [Guarda Municipal] fazem a paralisação deles a gente apoia. Agora, é justo a gente ter uma arma apontada pro nosso rosto? Até quando essa situação? Foi uma covardia, tratando trabalhador como vagabundo”, diz.

Outra usuária do transporte coletivo aponta que “não houve uma conversa” com o GPI da Guarda. “Estavam muito exaltados”, destaca.

Revolta se estendeu para quem conseguiu tomar o ônibus (Foto: Marcos Maluf)
Revolta se estendeu para quem conseguiu tomar o ônibus (Foto: Marcos Maluf)
Diarista, Regina Lúcia ficou com olhos irritados após intervenção da força de segurança (Foto: Marcos Maluf)
Diarista, Regina Lúcia ficou com olhos irritados após intervenção da força de segurança (Foto: Marcos Maluf)
Guardas municipais na pista da passagem de ônibus logo após protesto ser dispersado (Foto: Marcos Maluf)
Guardas municipais na pista da passagem de ônibus logo após protesto ser dispersado (Foto: Marcos Maluf)

“Houve um atraso fora do normal, muito além do normal, os ônibus estão demorando de 40 a 50 minutos. Pessoas que estão trabalhando, indo para o trabalho estão perdendo seus horários e ficaram revoltadas. Hoje quase aconteceu uma tragédia aqui no terminal Morenão”, finaliza.

O porteiro, Cleber da Silva Ferreira, de 40 anos, estava esperando ônibus da linha 072. “Ficamos mais de uma hora esperando o ônibus. Foi uma medida de desespero”, contou sobre o protesto.

Cleber relatou ainda que um guarda municipal “apontou uma arma para um rapaz” que estava do lado dele. “Um falta de respeito com a população”, criticou.

Assista depoimento de passageira que critica ação da Guarda Municipal:

A Polícia Militar também foi acionada e chegou após a intervenção da Guarda.

Responsável pelo transporte público na Capital, o Consórcio Guaicurus tem por medida diminuir o número de ônibus e motoristas nas ruas durante feriados e finais de semana.

A reportagem procurou a concessionária, via assessoria de imprensa, mas não houve retorno até a publicação da matéria.

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