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Capital

PF faz buscas em empresa de projetos ambientais em operação contra grilagem

A PF cumpre 10 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e um em Rio Brilhante

Por Lucas Mamédio e Dayene Paz | 08/05/2025 08:08

A empresa de projetos ambientais especialista em topografia, Toposat Engenharia, é um dos alvos da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (8), no âmbito da Operação Pantanal Terra Nullius, que objetiva desarticular esquema de grilagem de terras da União no Pantana.

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Polícia Federal combate grilagem de terras no Pantanal em operação que mira empresa de topografia. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Campo Grande e Rio Brilhante, incluindo a sede da Toposat Engenharia, no Jardim Autonomista. A operação investiga a emissão e comercialização fraudulentas de Cotas de Reserva Ambiental. O esquema envolvia empresários, fazendeiros e servidores da Agraer, que falsificavam documentos para obter terras no Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, pertencente à União. A fraude consistia em omitir a origem pública das terras, permitindo a titulação ilegal. Bens foram sequestrados e valores bloqueados, ultrapassando R$ 3 milhões.

Os policiais e uma viatura da PF estão na sede da empresa, no Jardim Autonomista, desde às 5 horas da manhã. Segundo apurado pela reportagem, apenas os donos e os policiais se encontram dentro da empresa. Os demais estão para o lado de fora.

A PF cumpre 10 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e um em Rio Brilhante. A investigação também resultou no sequestro de bens e bloqueio de valores que podem superar R$ 3 milhões.

Topografia, em projetos ambientais, é o estudo e representação do relevo de uma área, com o objetivo de fornecer dados precisos sobre o terreno para embasar análises, planejamentos e intervenções que respeitem as condições naturais e legais do meio ambiente.

A reportagem tentou contato algum representante da empresa, mas até o momento não foi possível.

Investigação - A informação é que eram emitidos e comercializadas CRAs (Cotas de Reserva Ambiental) ou TCRAE (Título de Cota de Reserva Ambiental Estadual). As investigações indicam que empresários e fazendeiros da região, em conluio com servidores da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de Mato Grosso do Sul), falsificavam documentos e os inseriam em processos administrativos de titulação para obterem áreas situadas dentro do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, localizado em faixa de fronteira.

De forma dolosa, os responsáveis omitiriam que as áreas em questão pertenciam à União — o que tornaria a Agraer incompetente para decidir sobre tais terrenos. Ainda assim, os processos tramitavam normalmente no órgão, possivelmente com o envolvimento de propina, até a emissão de títulos irregulares.

O esquema funcionava da seguinte forma: se ninguém identificasse a origem pública da terra, a titularização era concluída de forma ilegal. Caso a fraude fosse percebida durante o trâmite, o processo era cancelado sob a justificativa de irregularidade, alegando-se erro no reconhecimento da titularidade da área.

Os policiais federais estão na sede da Agraer e no condomínio de luxo Terraville, localizado no Parque dos Poderes em cumprimento a alguns mandados. Os outros endereços estão sendo apurados pela reportagem.

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