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Capital

Polícia apura se quadrilha de outro estado pode ter agido em pedreira

Rafael Ribeiro | 28/12/2016 09:28
Suspeitos de explosões de bancos em outros estados estão sendo investigados (Foto: Fernando Antunes)
Suspeitos de explosões de bancos em outros estados estão sendo investigados (Foto: Fernando Antunes)
Todos os autores identificados de ação em Sonora eram de fora do MS (Foto: Arquivo/Fernando Antunes)
Todos os autores identificados de ação em Sonora eram de fora do MS (Foto: Arquivo/Fernando Antunes)

A principal linha de investigação da Polícia Civil de Campo Grande para o roubo de cerca de 275 quilos de explosivos, na segunda-feira (26), é a de que os autores possam integrar uma quadrilha especializada de fora do Mato Grosso do Sul.

Segundo o delegado Fábio Peró, delegado do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Resgate), responsável pelo caso, a numeração das bombas levadas e o método de atuação do bando no crime foram repassados às polícias de estados vizinhos, como São Paulo e Minas Gerais, para que haja troca de informações sobre ações de explosão de caixas eletrônicos e carros-fortes, principais modalidades em que esse tipo de material é usado pelos bandidos.

“Com certeza o destino (das bombas) é para fora. Nós (o Mato Grosso do Sul) não temos esse tipo de mão de obra criminosa para atuação em crimes como esse”, destacou o delegado.


Os investigadores observam com atenção crimes ocorridos nos estados vizinhos. Como na última quinta-feira (22), quando dois ladrões morreram em tiroteio com a PM na tentativa de fuga após a explosão de dois carros-fortes em São José do Rio Preto (SP). Há indícios que essa quadrilha possa ter participação nos roubos de explosivos de Campo Grande.


Na última ação desse tipo de quadrilha no Estado, em 18 de abril, em Sonora (a 364 km de Campo Grande), os bandidos metralharam o batalhão da Polícia Militar e a delegacia local antes de explodir uma agência do Banco do Brasil.


Nove acusados do crime foram identificados, moradores do Pará, Tocantins, Goiás e Mato Grosso. Além disso, explosivos desviados de uma pedreira sul-mato-grossense já foram encontrados em um crime semelhante ocorrido em Minas Gerais, também no início do ano.


“Em dois anos aqui (no Garras) foi a segunda vez que isso acontece. Não é comum. E não podemos deixar que vire usual”, completou o delegado Peró.


Roubo - Bandidos invadiram a pedreira São Luiz, na BR-262, e renderam o único segurança do local, de 42 anos. Depois de amarrá-lo e agredi-lo, eles fugiram levando os explosivos.

O funcionário foi amarrado com retalhos de roupa, espancado e trancado em um paiol vazio. Os bandidos roubaram 11 caixas contento 25 quilos de dinamite cada, 836 metros de cordel, material de oficina, óleo lubrificante, ferramentas e computadores com as imagens das câmeras de segurança. O material tem capacidade de derrubar a estrutura de um prédio de pelo menos 10 andares.

A vítima relatou ainda que durante a ação ouviu barulho de carros, provavelmente de caminhão. Portanto, não se sabe ainda quantas pessoas participaram efetivamente do assalto.


Segundo o vigia, na semana passada, um homem entrou na pedreira, mas ao perceber que havia segurança entrou em uma caminhonete, de cor preta, e foi embora. Para a polícia, é um indício de que o bando estudou possíveis pontos fracos da segurança, durante o planejamento da ação.

O segurança recebeu alta médica da Santra Casa, onde estava em observação, na noite desta terça-feira (27) e deverá prestar novo depoimento, agora formal, até a próxima semana. 

O CMO (Comando Militar do Oeste) do Exército informou, na tarde desta terça-feira (27), que está colaborando com a investigação da Polícia Civil. Conforme o comando, as bombas são numeradas, o que facilitará o rastreamento deste tipo de material.

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