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Capital

Polícia investiga recicladoras que receptaram R$ 1,2 milhão em cabos furtados

Operação chegou a 7 ladrões dos cabos durante operação nesta quarta-feira

Por Dayene Paz e Bruna Marques | 30/10/2025 10:18
Polícia investiga recicladoras que receptaram R$ 1,2 milhão em cabos furtados
Equipamentos apreendidos com a polícia com ladrões de cabos. (Foto: Bruna Marques)

Empresas que se apresentam como recicladoras estão, na verdade, atuando na revenda de cabos novos furtados da Energisa, segundo a Polícia Civil. O alerta é do delegado Roberto Guimarães, da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros), que investiga a receptação dos materiais apreendidos durante a operação que prendeu sete suspeitos na quarta-feira (29), em Campo Grande.

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A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul descobriu que empresas supostamente recicladoras estão envolvidas na revenda de cabos novos furtados da Energisa. A investigação, conduzida pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras), resultou na prisão de sete suspeitos em Campo Grande.O esquema causou prejuízo superior a R$ 1,2 milhão e comprometeu obras de expansão da rede elétrica no estado. Os criminosos furtavam cabos de alta tensão ainda não energizados, revendendo-os como material reciclado. A operação apreendeu 1,5 tonelada de cabos furtados e diversos equipamentos utilizados no crime.

“Não é reciclagem. É receptação. O que eles estavam colocando à venda é material novo, furtado de obras em andamento da Energisa. São cabos que sequer haviam sido energizados”, afirmou o delegado.

A concessionária confirma que o furto em série de fios de alta tensão começou a ser percebido do meio do ano para cá, comprometendo obras de expansão da rede elétrica em Mato Grosso do Sul. “Essas linhas estavam sendo instaladas para aumentar a capacidade de fornecimento de energia. Com os furtos, atrasou o cronograma”, relatou o delegado. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 1,2 milhão.

A polícia investiga agora as empresas que compraram o material furtado e o revendiam. Segundo o delegado, trata-se de um mercado estruturado, que se aproveita da aparência de legalidade da reciclagem para esquentar produtos de furto.

Polícia investiga recicladoras que receptaram R$ 1,2 milhão em cabos furtados
Um dos carros utilizados por criminosos. (Foto: Bruna Marques)

“Esses estabelecimentos não carecem mais da confiança social. Existe uma lei municipal que permite a interdição e suspensão das atividades dessas empresas. O que está acontecendo é a comercialização de material elétrico novo, e não de sobra ou descarte”, reforçou Guimarães.

Durante as diligências, a Garras localizou cabos compatíveis com os furtados em endereços ligados ao grupo e nos depósitos usados para revenda. As empresas que compraram os fios devem ser alvo de novas ações de fiscalização.

O delegado também chamou atenção para o papel dos receptadores no avanço desse tipo de crime. “Muitas vezes, quem corta o fio é alguém em situação de rua, em sofrimento ou dependência. Mas quem lucra de verdade é o receptador. São eles os grandes criminosos”, afirmou.

O delegado pontua ainda que há uma migração de criminosos para o furto e a receptação, justamente porque esses delitos costumam ter penas mais brandas. “Eles deixam de praticar crimes com grave ameaça, como roubo, e passam a furtar e receptar, porque conseguem responder em liberdade com medidas cautelares”.

O caso - A operação da Garras na rodovia MS-080, entre Campo Grande e Rochedo, resultou na prisão de sete homens: Rafael Sena da Costa (37), Jonhes Pereira Rodrigues (27), Zeus Lopes Cândido da Silva (22), Nathan Douglas Demario Bezerra (24), Luis Guilherme Oliveira de Souza (19), Marcos Aurélio Galvão de Araújo (28) e Douglas Silva de Oliveira (32).

O grupo foi flagrado com 1,5 tonelada de cabos furtados. Segundo a investigação, o esquema era comandado por Marcos Aurélio, conhecido como “Marquinhos”, que pagava R$ 200 por dia aos comparsas. O material era cortado durante a madrugada e revendido como sucata no mesmo dia.

Durante as buscas, foram apreendidos dois veículos, ferramentas usadas no corte, uma balança de precisão, além de rolo de cabos novos e celulares.

Seis integrantes da quadrilha foram autuados por furto qualificado e associação criminosa; Douglas foi indiciado por receptação qualificada.

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