Polícia investiga se caminhão de coleta atropelou e matou gari

A Polícia Civil investiga se o próprio caminhão de coleta da concessionária CG Solurb atropelou e matou Cipriano Pereira Quinhones, 60 anos. O acidente aconteceu na tarde de quarta-feira (17), na Avenida Duque de Caxias, em Campo Grande, e o inquérito para descobrir a dinâmica será instaurado pela 6ª Delegacia de Polícia Civil, porém, o laudo pericial deve sair em até dez dias.

Ao Campo Grande News, o delegado Sam Suzurama explicou que ainda é muito cedo para determinar a responsabilidade. Ele explicou que já foram produzidas provas orais com o depoimento de colegas de trabalho da vítima e também do motorista do caminhão, porém, ainda não é possível determinar quem atropelou Cipriano.

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“O caminhão ainda não foi identificado. Existe a possibilidade de que outro veículo esteja envolvido, mas, pela análise inicial, tudo indica que foi o próprio caminhão da empresa que atropelou a vítima. Não há vestígios de que ele tenha tentado atravessar a avenida nem de que outro caminhão trafegasse pela pista”, pontuou o delegado responsável pela investigação.

No entanto, para concluir e determinar a autoria do atropelamento, o delegado explicou que precisa esperar o laudo pericial que deve sair em aproximadamente 10 dias, prazo legal. “Somente após esse resultado será possível direcionar melhor a investigação. A dinâmica, por enquanto, aponta para uma colisão direta com o caminhão da empresa. O corpo não tinha sinais de que tivesse sido lançado de uma faixa para outra”, explicou Sam.

Despedida – Na manhã desta quinta-feira (18), aconteceu o velório de Cipriano. Na despedida, Edilaine Neto de Araújo contou que o gari casou com sua mãe quando ela ainda tinha 11 anos e desde então ele era como um pai. A despedida contou com a presença de diversos colegas de trabalho da vítima.

“Há 3 anos minha mãe faleceu. Ele era uma referência. Trabalhava na Solurb há oito anos e estava tentando se aposentar. Que patrão não quer um funcionário que não cause problemas, né?”, disse emocionada.

Segundo a enteada, no último dia 7 de setembro, a família comemorou o aniversário de 60 anos de Cipriano. “Como a gente iria imaginar que seria a última reunião de família com ele? Ainda bem que fomos, serviu de despedida”, finalizou. O velório foi acompanhado por diversos amigos de trabalho de Cipriano.

Também emocionado, Rosinaldo Rocha estava com Cipriano na equipe de coleta. Porém, soube do acidente quando um motorista passou e avisou.

“Eu estava do outro lado da avenida. Me senti impotente quando descobri. Não tinha o que fazer. É um serviço sério e nós temos treinamento de segurança, mas os motoristas dos outros carros geralmente passam muito rápido e bem perto da gente. É difícil explicar o que estou sentindo agora”, pontuou o colega de trabalho da vítima.

Em nota, a concessionária lamentou a morte do colaborador e pontuou que as autoridades investigam a dinâmica do acidente que “ainda não está completamente compreendida”. A empresa manifestou solidariedade à família e aos amigos de Cipriano e afirmou que acompanhará todas as apurações “prestando o apoio necessário”.

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