Prefeitura desapropria Área do Papa para ampliar cemitério Santo Amaro
Parte da Área do Papa, na Vila Sobrinho, foi desapropriada para ampliação do cemitério municipal Santo Amaro, o maior de Campo Grande. O decreto do prefeito Alcides Bernal (PP), divulgado na edição de hoje do Diogrande (Diário Oficial do Município), abrange área de 91.926,69 metros quadrados, ou seja, 9,1 hectares.
Conforme o decreto 12.114, a declaração de utilidade pública obedece ao decreto de lei federal que permite desapropriação para “construção de edifícios públicos, monumentos comemorativos e cemitérios”. A área é delimitada pelas avenidas Presidente Vargas, Alfredo Scaff, Cassiano Sandim de Rezende e o cemitério.
"Mandei desapropriar para aumentar o cemitério. Estava muito pequeno", afirmou o prefeito nesta terça-feira. No passado, o terreno, ao lado onde hoje repousa a estátua do papa João Paulo II e uma galeria com todos os mandatários da Igreja Católica, foi motivo de briga judicial.
A área, de 55 hectares, leva este nome em homenagem ao Papa João Paulo 2, que rezou missa no local em 1991.
Em 2005, uma ação na Justiça questionou a transação entre a Prefeitura de Campo Grande e a Construtora Financial, que recebeu 33 hectares do poder público como pagamento por obras executadas na região do Carandá Bosque e Parque dos Poderes.
À época, a denúncia era de que a área foi avaliada por um preço bem menor que o de mercado (R$ 10,52 o metro quadrado, quando os imóveis lindeiros tinham o valor de R$ 28) e que a negociação desrespeitou lei municipal , de licitações e de responsabilidade fiscal. No entanto, a Justiça não viu irregularidade no procedimento.
Outros 19 hectares, deixados para ampliar o cemitério Santo Amaro, foram desafetados pela Prefeitura. Com o decreto, parte da área retorna para posse do município. O cemitério tem 37.141 covas.