Prefeitura monta plano para frear doenças causadas por mosquito da dengue
Contingência será articulada entre diferentes áreas da saúde e terá validade até 2025
Por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), a Prefeitura de Campo Grande publicou nesta sexta-feira (29) um plano de contingência que define estratégias para conter uma possível epidemia de dengue, zika e chikungunya, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. O plano expõe diretrizes que vão desde o estabelecimento de ações estratégicas ao fluxo de atendimento nas unidades de saúde, bem como orientações em relação ao diagnóstico e tratamento das doenças.
Segundo o documento, o Plano de Contingência estabelecido pela prefeitura contará com acompanhamento junto às áreas técnicas para o desenvolvimento de ações para prevenir e controlar processos epidêmicos, com intuito de detectar precocemente a modificação no padrão de circulação das doenças, para subsidiar estratégias que reduzam o número de casos novos e consequentemente formas graves e óbitos.
O setor de vigilância epidemiológica irá atuar de acordo com as atividades de notificação e investigação dos casos suspeitos, a fim de identificar o padrão de transmissão da doença e detectar a ocorrência de epidemias, que culminem em ações de prevenção e controle no município.
Será de responsabilidade da Visa (Vigilância Sanitária) a intervenção nos ambientes propícios à proliferação do vetor Aedes aegypti, de forma a eliminar ou minimizar possíveis fatores de risco, além de realizar inspeções sanitárias que identifiquem criadouros de mosquitos.
Caberá à Visa o monitoramento e ações de fiscalização em domicílios, terrenos abandonados, imóveis fechados e outros para o controle de vetores e pragas urbanas visando à redução da transmissão do vírus da dengue, chikungunya e zika na área do município.
Por sua vez, o Labcem (Laboratório Central Municipal) será responsável por realizar exames laboratoriais para toda a rede de saúde e criar “mecanismos de resposta rápida às Unidades de saúde”.
No mesmo sentido, segundo o documento, caberá ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS-CG) “atuar na resposta rápida às emergências de saúde pública, na identificação de emergências epidemiológicas, em conjunto com as demais áreas técnicas, de modo contínuo e sistemático, por meio de análises de dados de notificações e verificação de rumores nos principais meios de comunicação”. O centro estratégico trabalhará na elaboração de informes e alertas para subsidiar a comunicação de riscos.
Controle de vetores - De acordo com a prefeitura, o principal objetivo desta área será monitorar a situação entomológica para subsidiar o planejamento da vigilância e das ações de controle, a fim de melhorar a qualidade da assistência, “identificando unidades de saúde de referência e o fluxo de atendimento aos pacientes, com planejamento de necessidades de leitos, insumos, veículos, equipamentos e pessoal, tornando o atendimento oportuno e de qualidade”.
Números - O Brasil bateu recorde de mortes por dengue no ano de 2023. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan on-line), revelam que foram 1.079 mortes pela doença até esta quarta-feira (27). Em Mato Grosso do Sul, conforme dados disponibilizados pela SES-MS (Secretária de Estado de Saúde), até a última semana foram 42 mortes no Estado. Ao todo, foram 40.887 casos confirmados nos 79 municípios.
“O objetivo é estabelecer estratégias abrangentes, desde a identificação precoce de casos até a mobilização social e a gestão eficaz de recursos. A educação da população sobre medidas preventivas, eliminação de criadouros de mosquitos e a vigilância constante também são fundamentais. A colaboração entre comunidades, autoridades de saúde e demais partes interessadas é essencial para o sucesso desse plano”, disse a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Veruska Lahdo.
A superintendente disse que em razão do período de chuvas mais intensas, as medidas de prevenção devem ser intensificadas. A profissional falou sobre o risco da reintrodução do sorotipo DENV-3 em território brasileiro, casos registrados em São Paulo em novembro último, vírus que não era encontrado no país há 15 anos.
Entre 1º de janeiro e 26 de dezembro deste ano, a Sesau notificou 16.799 casos e seis óbitos provocados pela doença. No mesmo período, foram confirmados 15 casos de zika e 16 de chikungunya. Lahdo disse que neste momento o controle é fundamental para impedir a proliferação de criadouros do mosquito, que carrega diversas variantes do mosquito.
No início do ano, a Prefeitura de Campo Grande realizou a “Operação Mosquito Zero”, nas sete regiões urbanas da cidade e distritos do município. Conforme a administração, mais de 80 mil imóveis foram vistoriados, toneladas de materiais inservíveis recolhidos e centenas de focos do mosquito Aedes aegypti eliminados.
Paralelo à Operação Mosquito Zero, o trabalho de rotina e monitoramento é intensificado com o uso das chamadas “Ovitrampas”, além da sensibilização e engajamento comunitário, através das ações de Educação em Saúde nas escolas públicas e privadas e empresas.
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