Prefeitura nega “desassistência” em UPAs após vistoria do CRM
Sesau afirma que o reabastecimento de medicamentos e insumos deve alcançar 90% até a próxima quinzena
A Prefeitura de Campo Grande diz que não há desassistência nas Upas (Unidades de Pronto Atendimento). Em nota, nesta quarta-feira (10), a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) afirma que o reabastecimento de medicamentos e insumos este em andamento.
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A Prefeitura de Campo Grande contestou denúncias de desassistência nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), após vistoria do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM-MS). A Secretaria Municipal de Saúde afirma que o reabastecimento de medicamentos e insumos está em andamento, com previsão de 90% de normalização até a próxima quinzena. O CRM-MS, no entanto, manifestou preocupação com a situação nas unidades, relatando escassez de materiais básicos e medicamentos essenciais. A entidade também criticou a ausência de um secretário municipal de Saúde desde setembro e o recente decreto que suprimiu gratificações dos servidores, comprometendo a qualidade do atendimento à população.
Equipe do CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul) realizou vistorias nas unidades de urgência e emergência e divulgou nota manifestando “profunda preocupação” com a situação que classificou como risco para pacientes e profissionais.
No entanto, a Sesau alega que o reabastecimento tem previsão de alcançar 90% do restabelecimento até a próxima quinzena. Além disso, pontuou que monitora permanentemente os estoques das unidades de saúde adotando medidas para reposição.
“Como aceleração de licitações, reprogramação de itens desertos e acompanhamento rigoroso dos prazos de entrega, garantindo a regularização progressiva do fornecimento em toda a rede”, diz a nota.
A nota também relata que o Comitê Gestor da Saúde ajuda a gestão com a revisão de contratos e reorganizando equipes, bem como com visitas técnicas contínuas e implantação de sistemas de controle como o e-SUS Farmácia.
“O Município reforça que atua de forma técnica, responsável e contínua para assegurar o pleno funcionamento das unidades e a assistência à população”, finaliza a nota.
Visitas - Segundo o CRM-MS, ao longo do último período foram feitas diversas fiscalizações, nas quais foi constatado baixo estoque e, em alguns casos, a completa ausência de remédios indispensáveis ao funcionamento dos plantões. Entre os insumos em falta estão luvas, lençóis, cânulas e outros materiais básicos para o atendimento seguro.
A situação é agravada, de acordo com o Conselho, pelo decreto recente que suprimiu gratificações dos servidores da saúde, incluindo médicos da rede municipal. A medida, segundo a entidade, "fragiliza as condições de trabalho, desestimula a permanência de profissionais e compromete a qualidade da assistência oferecida à população".
O CRM-MS também destacou a ausência de um secretário municipal de Saúde nomeado desde o início de setembro, o que dificulta a responsabilização administrativa e a adoção de soluções estruturadas.
A nota do Conselho ainda destaca que a situação não é pontual e persiste há mais de um ano “e vem se agravando, gerando aumento de denúncias enviadas à entidade”, gerando risco de colapso na rede de urgência e emergência.
Denúncias recorrentes - As denúncias também foram relatadas por médicos da rede municipal ao Campo Grande News, em outubro. Eles confirmaram a falta de medicamentos, insumos e exames e relataram que a escassez é realidade há mais de um ano.
Profissionais que atuam nas UPAs receberam alertas sobre a falta de ceftriaxona, antibiótico fundamental no tratamento de infecções graves e decisivo para salvar vidas quando administrado rapidamente.
Além do antibiótico, unidades enfrentam falta de outros remédios e insumos, além de limitações em exames laboratoriais.
Um médico relatou que recomendaram encaminhar pacientes com suspeita de infarto, pancreatite ou insuficiência renal aguda para outros hospitais, devido à falta de exames necessários nas próprias UPAs.


