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Capital

Preso 2x na Omertà, despachante é outro alvo de ação sobre bilhetes em presídio

Lucas Silva Costa, 30 anos foi preso na manhã de hoje em uma garagem de carros na região das Moreninhas

Ana Paula Chuva | 05/09/2022 15:31
Lucas Silva Costa já havia sido preso duas vezes na operação Omertà. (Foto: Reprodução | Redes Sociais)
Lucas Silva Costa já havia sido preso duas vezes na operação Omertà. (Foto: Reprodução | Redes Sociais)

Lucas Silva Costa, 30 anos, também foi preso, junto com o policial penal Éder William Ador, 40 anos, na Operação Bilhete, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). O rapaz já havia sido preso duas vezes durante a operação Omertà, apontado como “cobrador” do esquema de agiotagem chefiado pela família Name.

Nesta segunda-feira (5), tanto Lucas, quanto Eder, foram alvos de mandados de prisão na operação que investiga o policial penal, suspeito de ser mensageiro de integrantes da organização criminosa alvo da operação Omertà e de membros do PCC (Primeiro Comando da Capital).

O despachante foi preso pela primeira vez em março de 2020. Na ocasião, ele esta em uma residência na Rua Israelândia, no Bairro Cidade Morena, em Campo Grande. O local foi alvo de busca e apreensão durante a segunda fase da Omertà.

No quintal da casa havia pelo menos três veículos, entre eles um Camaro branco e, apesar da ordem judicial ser apenas de busca e apreensão, Lucas foi preso por estar com munição irregular.

Em depoimento ele administrou que em 2017 já havia sido flagrado pela Derf (Delegcia de Roubos e Furtos) com um revólver e que as munições apreendidas em 2020 teriam ficado para trás. Ele foi indiciado por posse irregular de arma de fogo de uso permitido e acabou sendo liberado após pagamento de fiança no valor de R$ 1.045,00.

No entanto, menos de 24 horas após ser solto , o despachante acabou sendo preso novamente, na mesma casa no Bairro Cidade Morena. Na ocasião, policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar receberam novas denúncias envolvendo Lucas e em vistoria, na residência, encontraram em um dos quartos um revólver calibre 38, sem registro.

Veículos em residência na Vila Cidade Morena, onde Lucas foi preso em 2020. (Foto: Arquivo)
Veículos em residência na Vila Cidade Morena, onde Lucas foi preso em 2020. (Foto: Arquivo)

Em depoimento, ele afirmou que a arma pertencia ao amigo com que dividia a casa. Mesmo assim foi preso em flagrante e levado para o Garras (Delegacia Especializada Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), durante a 3ª fase da Omertà.

À época, o então advogado do rapaz, relatou que o despachante negou envolvimento com a organização criminosa, mas contou que conhecia um homem que foi preso na 2ª fase da operação, que teria ligação direta com a família Name. Trabalhando como despachante, ele relatou que possui negócios relacionados a venda de veículos com esse homem e acredita que tenha tido o nome associado apenas por conhecê-lo.

Lucas acabou sendo solto no dia 21 de setembro de 2021. Conforme publicação no Diário da Justiça, a prisão do despachante foi substituída por medidas cautelares como não mudar de residência sem prévia comunicação ao juízo, não se ausentar por mais de 8 dias da comarca sem prévia autorização, comparecer a todos os atos do processo, proibição de contato com os acusados e testemunhas dos processos da Omertà.

Além de recolhimento domiciliar noturno entre 20h e 6h, de segunda a sexta e durante o dia todo aos sábados, domingos e feriados e a monitoração eletrônica por tornozeleira, por 180 dias.

O despachante foi preso hoje, em uma garagem de carros na região das Moreninhas, durante cumprimento de mandado expedido 7º Vara Criminal e assinado pelo juiz Mário José Esbalqueiro Júnior.

Equipes do Gaeco em frente ao Instituto Penal de Campo Grande. (Foto: Divulgação | MPMS)
Equipes do Gaeco em frente ao Instituto Penal de Campo Grande. (Foto: Divulgação | MPMS)

Policial penal - Já Eder William Ador,  responde por um processo por violência doméstica, após ser acusado de arremessar pedras no telhado da casa da ex-esposa e tentar agredi-la a pedradas quando ela saiu da casa.

Conforme apurado pelos agentes do Gaeco, função do servidor era repassar informações por meio de bilhetes de papéis e também fornecer aparelhos celulares. A partir disso, viabilizava a ordem para crimes como sequestros, furtos e, inclusive, operacionalização de homicídios, com planos descobertos até para assassinato de outros policiais penais.

 Segundo o Gaeco, ele atuava no Presídio da Gameleira I, mas de acordo com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), em maio deste ano, o servidor foi transferido para outra o IPCG (Instituto Penal de Campo Grande).

Em nota, a a Agepen informou que “por meio de sua Corregedoria e Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário, acompanha e dá suporte à operação do Gaeco".

Operação Bilhete – Investigação envolvendo o agente da Segurança Pública estadual resultou na Operação Bilhete, deflagrada hoje (5) pelo Gaeco. Ao todo foram cumpridos dois mandados de prisão, cinco mandados de busca e apreensão e três mandos de medidas cautelares diversas à prisão, na Capital.

O esquema envolvia também milicianos da organização criminosa presa durante a Operação Omertà, que revelou quadrilha chefiada pela família de Jamil Name. Mas, não foram divulgados detalhes sobre quais informações foram trocadas ao longo dos 3 anos de prisão da organização e nem dos recados enviados pelo PCC.

Conforme apurado pelos agentes do Gaeco, o policial penal estava no centro de crimes ordenados do interior do sistema penitenciário estadual. Ele era o elo com o mundo exterior, fundamental no comando do esquema.

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