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Capital

Protesto em frente a casa de deputado tem "enterro de carreira" e panelaço

Nyelder Rodrigues e Thiago de Souza | 28/03/2016 20:10
Protesto começou em frente ao MPF e foi até o apartamento onde mora Dagoberto em Campo Grande (Foto: divulgação)
Protesto começou em frente ao MPF e foi até o apartamento onde mora Dagoberto em Campo Grande (Foto: divulgação)

O movimento Chega de Impostos realizou na noite desta segunda-feira (28) em Campo Grande o cortejo fúnebre que simbolizou a morte da carreira política do deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT). O ato começou em frente ao (Ministério Público Federa), na avenida Afonso Pena, e foi até o prédio onde mora o deputado, no Jardim dos Estados. Vizinhos apoiaram o ato piscando as luzes dos apartamentos e fazendo um "panelaço".

O cortejo começou com sete carros e um veículo funerário da Pax Domini, alugado para o ato. Durante o trajeto, além de buzinaço, houve adesões, chegando a ter 15 automóveis. Grande parte dos participantes vestiam preto e usavam máscaras com o rosto do deputado Dagoberto Nogueira, que faz parte da base aliada da presidente, mas diz aguardar decisão da direção nacional do partido para se posicionar contra ou a favor do impeachment.

Mulheres encenaram carpideiras, chorando em volta do caixão. Em um mega-fone, os manifestantes gritavam "atenção políticos, não queiram enterrar sua carreira política" e "político que vota contra impeachment tem o rabo preso". Em sete apartamentos vizinhos, foi demonstrado apoio ao movimento, com os moradores piscando luzes e batendo panelas nas sacadas. A reportagem apurou que o deputado e a família não estavam no local.

"Acho que esses protestos são válidos, são importantes e a gente tem que participar. Parabéns ao pessoal que continua mobilizado, pois esse é um momento único no país", comenta um Luiz Roberto de Oliveira, que mora em um edifício ao lado do de Dagoberto e, com a movimentação no loca, foi ver do que se tratava ao lado da filha Laura, de sete anos.

Em frente ao MPF, integrantes do Chega de Impostos também encenaram enterro da carreira de Dagoberto (Foto: Alan Nantes)
Em frente ao MPF, integrantes do Chega de Impostos também encenaram enterro da carreira de Dagoberto (Foto: Alan Nantes)

A situação também chamou a atenção da executiva comercial Cristina Mattos, que costuma frequentar o edifício e diz já ter visto Dagoberto no local algumas vezes. Ela opinou com mais cautela sobre o impeachment. "Sou contra corrupção, e se for provado que a presidente é culpada, ela tem que pagar, assim como outros também devem ser punidos. Mas é preciso ter provas", frisa.

Após protestarem em frente ao apartamento de Dagoberto, os manifestantes soltaram fogos de artifício e o cortejo retornou para o MPF. O caixão usado no ato simbólico foi decorado até com coroa de flores pelos manifestantes. Faixas escrito "Impeachment, isso resolve" e "Funeral da carreira" também foram usadas para pressionar o parlamentar sul-mato-grossense a votar a favor do impeachment de Dilma no Congresso Nacional.

"A maioria dos deputados está contra esse Governo, que perdeu a credibilidade. O Dagoberto está indeciso e a sociedade vai saber que ele está indeciso. Queremos que ele se posicione. Se votar contra o impeachment, vamos enterrar a carreira dele", comenta uma das organizadoras do ato, Fabrícia Monteiro Sallles.

O partido o qual Dagoberto é membro, o PDT, faz parte da base de apoio da presidente Dilma Rousseff (PT), alvo de pedido de impeachment no Congresso. Porém, futura decisão do comitê nacional pode retirar o apoio ao atual Governo Federal, seguindo a corrente de outros partidos que também já se declararam fora da base aliada.

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