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Capital

Rapaz executado soltava pipa quando foi morto por encapuzado

A perícia esteve no local e recolheu sete estojos deflagrados de munição calibre 9 milímetros

Por Bruna Marques e Murilo Medeiros | 14/04/2025 08:57
Rapaz executado soltava pipa quando foi morto por encapuzado
Sangue da vítima na calçada da rua onde crime ocorreu (Foto: Marcos Maluf)

Júlio César Almeida Conceição, conhecido como “Cotonete”, morto na tarde deste domingo (13), soltava pipa na esquina das ruas José Gabriel Filho com José Dantas de Jesus, no Bairro Portal Caiobá, quando suspeito encapuzado desceu de carro e atirou ao menos sete vezes contra ele.

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Júlio César Almeida Conceição, conhecido como "Cotonete", foi morto a tiros enquanto soltava pipa no Bairro Portal Caiobá, Campo Grande. O crime ocorreu quando um suspeito encapuzado desceu de um carro e disparou sete vezes contra ele. Júlio foi socorrido, mas chegou sem vida à UPA. A polícia investiga o caso, suspeitando de acerto de contas, já que a vítima tinha passagens criminais e estava jurada de morte. O crime chocou moradores de uma região considerada tranquila.

De acordo com informações da Polícia Civil, o crime ocorreu por volta das 17h30. Um veículo modelo Prisma, de cor prata, circulou diversas vezes pelo local antes de parar. Um dos ocupantes, encapuzado, desceu do carro e disparou contra a vítima, que estava separada de outras pessoas naquele momento. Após os tiros, o atirador retornou ao veículo, que fugiu em alta velocidade.

Morador da região relatou que Júlio participava de uma roda de pipas com outras pessoas da comunidade. “Ele vinha soltar pipa com todo mundo. Morava por aqui, mas não sei onde. O carro passou várias vezes, parece que esperaram ele ficar sozinho”, contou o homem que testemunhou parte da ação por meio da neta, que estava na frente de casa. “Ela viu o homem encapuzado atirando. Na hora até achou que fosse palhaço, uma brincadeira”, acrescentou, pedindo que sua identidade seja preservada.

Júlio foi socorrido com vida por uma equipe do Corpo de Bombeiros e levado à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coophavilla II. No entanto, segundo o laudo médico, ele já chegou à unidade sem sinais vitais, apresentando sete perfurações causadas por disparos de arma de fogo. O óbito foi confirmado às 17h40.

A perícia esteve no local e recolheu sete estojos deflagrados de munição calibre 9mm, um projétil e quatro fragmentos. A polícia investiga a motivação do crime e não descarta a possibilidade de acerto de contas. Populares apontaram que a vítima estaria jurada de morte por envolvimento em um homicídio ocorrido em fevereiro deste ano na Vila Nhanha.

Rapaz executado soltava pipa quando foi morto por encapuzado
Vítima caída ao chão cercado por pessoas após os disparos (Foto: Direto das Ruas)

Moradores que, por medo, preferiram não se identificar disseram que a região é considerada tranquila e, segundo relatos, essa foi a primeira ocorrência violenta do tipo registrada na área.

“Aqui é tranquilo, o problema é o pessoal que vem do Celina Jallad e traz criminalidade. Eles vêm soltar pipa, fazer bagunça aqui. Esse bairro aqui chama Vilagio Vitória, aqui é loteamento, só tem trabalhador, é tranquilo. De vez em quando é que vem gente para fazer bagunça aqui, nesse caso o cara provavelmente já estava marcado".

Outro vizinho afirmou que, aos finais de semana, várias pessoas se juntam no local para soltar pipa. “O bairro é tranquilo, o problema é que ele já tinha desavença mesmo, já estava marcado. Eu não vi nada, não estava em casa. Criminalidade não tem, só o pessoal da pipa que vem, faz barulho aí, faz bagunça".

A Polícia Civil investiga o caso e ainda não há informação sobre o paradeiro dos criminosos.

Passagens - Júlio César tem extensa ficha criminal, incluindo roubos, violência doméstica e receptação. A polícia ainda investiga se a morte dele tem ligação com outro assassinato, o de Elpídio da Silva Santos, o “Dinho da Nhanhá”, ocorrido em fevereiro deste ano.

A reportagem do Campo Grande News encontrou no nome de Cotonete diversos processos criminais no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Constam crimes que violam o sistema nacional de armas, ocorrências como autor de violência doméstica, roubos, adulteração de sinal de veículo automotor e falsa comunicação de crime.

No caso da adulteração, consta que em maio de 2019 Júlio foi flagrado por policiais da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Assaltos e Sequestros) estava com um grupo que levou veículos adulterados de Feira de Santana, na Bahia, para Mato Grosso do Sul. Cotonete atuava como batedor.

Já no caso da falsa comunicação de crime, registrada em novembro de 2013, consta que Júlio e um comparsa forjaram acidente para tentar receber uma indenização do DPVAT (Seguro de danos pessoais causado por veículos automotores de via terrestre).

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