Rombo no caixa e paciente na ventilação manual: hospital segue no caos crônico
Diretoria diz que Santa Casa vive lotação e relembra ações em busca de verbas
A Santa Casa de Campo Grande vive mais um dia de superlotação, situação que piora após fim de semana. A alta demanda fez com que dois pacientes tivessem que usar ventilação manual (ambu), já que os oito equipamentos disponíveis estavam sendo usados.
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A Santa Casa de Campo Grande enfrenta superlotação, com pacientes usando ventilação manual devido à falta de equipamentos. O hospital está com 61 pacientes no pronto-socorro, operando acima da capacidade. A diretoria cobra repasses de recursos, pois médicos e fornecedores estão com pagamentos atrasados. A presidente Alir Terra Lima destaca o déficit de R$ 256 milhões desde 2018 e a necessidade de reequilíbrio financeiro. Recentemente, foi garantido um repasse emergencial de R$ 25 milhões e mais R$ 10 milhões de emendas, além de R$ 12 milhões anuais do município.
Os problemas de superlotação e deficit financeiro foram novamente relatados, cinco dias depois do anúncio de repasse à instituição.
A situação, que já vem sendo divulgada nas últimas semanas, foi tema de entrevista esta manhã, na Santa Casa. Atualmente, segundo o diretor-técnico do hospital, William Lemos, tem 61 pacientes no pronto-socorro, 49 na área verde e 12 na área vermelha.
A área verde trabalha muito acima da capacidade, segundo Lemos, já que o ideal seria para sete pacientes. A área vermelha opera com o dobro.
O repasse de recursos, também muito reivindicado nas últimas semanas, foi novamente cobrado pela diretoria do hospital. Os funcionários estão com salário em dia, mas 359 médicos contratados por meio de PJ e empresas fornecedoras de insumos estão com pagamentos em atraso. Outro índice apresentado é o atendimento, que deveria ser de 40% da rede privada e 60% do SUS. Atualmente, o percentual é de 10% e 90%, respectivamente.
A presidente da Santa Casa, Alir Terra Lima, relembrou os embates jurídicos para liberação de verba do SUS, a diferença do que foi pago pelo hospital e não é coberto pelo sistema público. “A Santa Casa, ao longo dos tempos, vem aumentando o seu déficit, pois faz empréstimos para não entrar nas crises, para atender os pacientes”, diz. “Mas a obrigação legal de atender é do poder público”.
Alir Lima lembro também do déficit de R$ 256 milhões calculados a partir de 2018, quando o hospital entrou com ação e pediu reequilíbrio econômico financeiro na contratualização com poder público. Este processo está em grau de recurso no TRF3ª Região, segundo ela, com parecer favorável da PGR (Procuradoria-Geral da República).
No dia 3 de abril, repasse emergencial de R$ 25 milhões, a ser dividido em três parcelas mensais de R$ 8,3 milhões, por meio do Fundo Municipal de Saúde. O recurso foi garantido por meio da bancada federal.
Na ocasião, a senadora Soraya Thronicke (Podemos) anunciou mais R$ 10 milhões destinados à Santa Casa, provenientes de saldo de emendas anteriores da bancada.
A prefeita Adriane também participou da cerimônia e lembrou que o município fará repasse de R$ 12 milhões por ano à Santa Casa, além de reajustar o contrato com a unidade, que estava congelado há dois anos.
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