Secretário fala em "colapso urbano", com 2,5 mil andarilhos no Centro da Capital
Encontro com secretário de Infraestrutura, denominado "SOS Centro", reuniu comerciantes, policia e OAB

Moradores e comerciantes do Centro compareceram, na noite desta segunda-feira (17), a reunião organizada pela ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande) discutir os problemas crônicos da região. As principais queixas foram a falta de segurança, furtos, uso de drogas em praças e prédios abandonados, além da cobrança por ações para retirar pessoas em situação de rua do entorno comercial.
A PM fala em 2.500 andarilhos no Centro, apesar de estudo de março deste ano, apresentado pelo Ministério do Desenvolvimento Social, com base no CadÚnico) e do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas. apontar oficialmente 1 097 pessoas em situação de rua em toda a cidade
O encontro com cerca de 200 participantes, aconteceu no Sesc Sabor e Arte e contou com representantes da Polícia Militar, Polícia Civil e secretarias da prefeitura.
“Estamos cansados. Todo dia é furto, é loja arrombada, gente usando droga na porta dos comércios. A situação ficou insustentável”, reclamou a administradora Gleice Mirari, que cuida de três condomínios na região central.

O secretário de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, disse que o problema é nacional e alertou para um possível colapso urbano. “Se não tivermos uma mobilização conjunta, podemos perder o controle das nossas cidades”, afirmou. “Não adianta só cobrar. O poder público não dá conta sozinho. Precisamos de uma solução que envolva toda a sociedade, empresários e governo.”
O comandante da CPM (Coordenadoria de Policiamento Metropolitano), coronel Emerson Almeida, revelou que a Polícia Militar tem 2.500 moradores em situação de rua cadastrados apenas no quadrilátero central. “Nós não podemos simplesmente tirar essas pessoas das praças, porque elas têm direito de ir e vir”, explicou. “O problema é que muitos desses prédios abandonados se tornam ponto de tráfico e consumo de drogas, e isso afeta diretamente o comércio.”
A reunião não chegou a conclusões, mas serviu novamente para alertar que não há nada em andamento que tente reverter a situação na base do problema. Assim, a única promessa paliativa foi aumentar o policiamento.
Apesar de não ser atribuição da Polícia Civil, o delegado Danilo Mansur, titular da 1ª Delegacia de Polícia Civil, prometeu reforçar o policiamento na região. “A partir de amanhã vamos ter mais presença da Polícia Civil no Centro. Isso é um compromisso”, garantiu, sem detalhar como.
Durante o encontro, também foi sugerida a criação de uma comissão permanente para acompanhar os problemas do Centro.
A única cobrança fora da pauta da segurança veio de uma comerciante que reclamou da falta de estacionamento rotativo. “A prefeita deveria estar aqui para dar um prazo. Sem estacionamento rotativo, o Centro morre”, criticou.
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