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Interior

Ex-gestores de Corumbá terão de devolver R$ 860 mil por fraude em transporte

Empresa de transporte coletivo também é responsabilizada por integrar fraudes em contratos de vale-transporte

Por Gabriela Couto | 18/06/2025 15:54
Ex-gestores de Corumbá terão de devolver R$ 860 mil por fraude em transporte
Secretária municipal de Saúde, Dinaci Vieira Marques Ranzi, durante oitiva da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde em MS realizada pela Assembleia Legislativa, em Corumbá, no ano de 2013 (Foto: Arquivo/Gleice Carpi)

Ex-gestores da prefeitura de Corumbá e a empresa de transporte Viação Cidade Branca terão que devolver mais de R$ 860 mil aos cofres públicos do município devido a irregularidades em contratos de vale-transporte.

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Ex-gestores de Corumbá são condenados a ressarcir R$ 860 mil por dano ao erário. A Justiça condenou ex-secretários e a Viação Cidade Branca por irregularidades em contratos de vale-transporte entre 2013 e 2016. A principal condenada, ex-secretária de Saúde, Dinaci Vieira Marques Ranzi, deverá ressarcir R$ 340 mil. Investigações revelaram que a Prefeitura pagava pelo total de vales emitidos, e não pelos utilizados, gerando prejuízo. Em um mês, a diferença entre o pago e o utilizado superou R$ 10 mil. A empresa e outros dois ex-gestores também foram condenados solidariamente. O MPMS recorreu da absolvição de um ex-assessor jurídico.

A decisão é da juíza Luíza Vieira Sá de Figueiredo, da Vara de Fazenda Pública de Corumbá, em um processo que tramita há dez anos. Uma das principais condenadas é a ex-secretária municipal de Saúde, Dinaci Vieira Marques Ranzi, que ocupou o cargo durante a gestão do ex-prefeito Paulo Duarte (2013–2016).

Ela foi responsabilizada por autorizar pagamentos irregulares à Viação Cidade Branca e terá que ressarcir o município em R$ 340.165,93, valor que ainda pode ser atualizado conforme o tempo de tramitação do processo, iniciado em 2015.

De acordo com as investigações, os contratos firmados entre o município e a empresa previam o fornecimento de vales-transporte para servidores públicos, mas os pagamentos eram feitos com base no número de vales emitidos, e não nos efetivamente utilizados. Esse modelo gerou prejuízos significativos ao erário.

Em um dos meses analisados, por exemplo, a Prefeitura pagou R$ 18,1 mil, quando o valor real dos vales usados foi de apenas R$ 5,9 mil. Planilhas apresentadas pelo MPMS indicam que a diferença entre o que foi pago e o que foi realmente utilizado superava R$ 10 mil em um único mês.

A denúncia do MP aponta que Dinaci favoreceu a empresa privada, o que resultou em pagamentos indevidos e prejuízo ao erário. A Viação Cidade Branca também foi condenada solidariamente por ter se beneficiado da diferença de valores. A juíza destacou que documentos e relatórios anexados aos autos comprovaram a irregularidade dos pagamentos.

A defesa da ex-secretária entrou com recurso tentando reverter a decisão judicial, questionando a base legal da sentença e apontando supostas contradições. No entanto, a magistrada rejeitou os argumentos e manteve a condenação, reafirmando que a decisão está fundamentada na Lei de Improbidade Administrativa.

Além da ex-secretária, outros dois ex-gestores também foram condenados. Um deles terá que devolver, junto com a empresa, mais de R$ 295 mil. O outro, também solidariamente com a empresa, foi condenado ao ressarcimento de mais de R$ 226 mil. Um ex-assessor jurídico foi absolvido nos três processos, mas o MPMS recorreu da decisão para que ele também seja responsabilizado.

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