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Capital

Título de capitalização diz que já devolveu dinheiro a 60% dos clientes

Empresa Pantanal Cap foi lacrada durante sexta fase da Operação Omertà e teve de suspender sorteios de prêmios

Marta Ferreira | 09/12/2020 14:46
Sede da Pantanal Cap, no Monte Líbano, segue lacrada por decisão judicial. (Foto: Marcos Maluf)
Sede da Pantanal Cap, no Monte Líbano, segue lacrada por decisão judicial. (Foto: Marcos Maluf)

A empresa de titulo de capitalização Pantanal Cap, lacrada durante a “Arca de Noé”, sexta fase da Operação Omertà, estima já ter devolvido 60% dos valores referentes a boletos comprados por clientes para o sorteio que ocorreria no dia 5 de dezembro, o domingo posterior à ação, que acabou suspenso.

Essa foi a informação repassada ao Campo Grande News pelo consultor de gestão da empresa, Guto Dobes. Segundo ele, para a próxima semana, está prevista a instalação de pontos fixos para devolução do dinheiro, R$ 20 por título, para quem pagou em espécie. No Facebook da Pantanal Cap, onde estão sendo concentradas as respostas aos clientes, a explicação é de que as formas de devolução variam conforme foi feita a compra.

Recado que está nas redes sociais dos clientes da empresa sobre suspensão de sorteios. (Foto: Reprodução da internet)
Recado que está nas redes sociais dos clientes da empresa sobre suspensão de sorteios. (Foto: Reprodução da internet)

Segundo o texto, quem comprou pelo aplicativo teria o dinheiro devolvido até essa segunda-feira (7); quem comprou pelas maquininhas de recarga de celular deveria passar no ponto de venda e pedir a restituição.


Para quem comprou o impresso nas ruas, estamos pedindo até o fim da semana que vem (11/12) para organizarmos a devolução, junto aos nossos distribuidores e vendedores”, diz a resposta padrão.


O título dá direito a sorteio cujos prêmios vão de valores em dinheiro, de R$ 2 mil, até um automóvel. Para dezembro, a propaganda previa sorteio até de imóvel, mas novas vendas estão suspensas.

Na sede da empresa, na rua Uberlândia, nenhuma movimentação. Continua valendo a decisão que mandou lacrar o local como parte das apurações dos crimes de organização criminosa, exploração do jogo do bicho e lavagem de dinheiro.

A Fena Consultoria e Assessoria Empresarial, empresa de titularidade do deputado estadual Jamilson Name, que detém direitos de exploração do título de capitalização foi à Justiça e tentou derrubar a decisão, mas o pedido ainda está sob análise do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

Na sexta-feira (4), a desembargadora Elizabeth Anache, da 2ª Seção Criminal, deu prazo de 15 dias para que a defesa faça ajustes no pedido de reabertura.

Para a magistrada, a petição apresentava está incompleta. Segundo o despacho, deixaram de ser anexados documentos que motivaram a investigação contra a empresa para que a solicitação possa ser analisada. lacre.

Outra anotação feita pela desembargadora é de que o contrato da Fena Consultoria para a distribuição dos títulos de capitalização é datado de 3 de agosto de 2020 e tem vigência de três meses. Ou seja, venceu em novembro e não foi anexada aos autos documentação mostrando prorrogação da vigência do acordo comercial.

 A informação da empresa é que a papelada está sendo preparada.

A operação – Batizada de “Arca de Noé”, a sexta fase da Omertà além de lacrar a Pantanal Cap, teve o objetivo de cumprir 13 mandados de prisão preventiva e 17 mandados de busca.

A pedido da força-terefa, do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), a Justiça também determinou bloqueio de R$ 18,2 milhões nas contas dos investigados.

As infrações penais apuradas nesta fase referem-se a organização criminosa, exploração de jogo do bicho e lavagem de dinheiro. A Pantanal Cap seria empresa usada pela família Name para operar a loteria ilegal.

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