Traficante tinha 3 rotas possíveis, mas optou por atropelar Rayanne, mostra perícia
Polícia concluiu inquérito sobre morte de menina
Laudo da reprodução do atropelamento que resultou na morte de Rayane Amorim Piccelli Pereira, 6 anos, divulgado nesta sexta-feira (9), comprovou o que as investigação da Polícia já apontavam: a intenção do traficante Magno Henrique Martins dos Santos, 28 anos, de atingir a vítima.
O crime aconteceu no dia 28 de fevereiro, no Parque Iguatemi, na região do bairro Nova Lima, em Campo Grande. A vítima chegou a ser socorrida com vida até a Santa Casa, porém, devido gravidade dos ferimentos, acabou morrendo.
Conforme o laudo, o traficante mudou o trajeto cerca de 50 metros antes de atingir a vítima para conseguir atropelá-la, além de ter três rotas possíveis para desviar de Rayane. Segundo o perito criminal Domingos Sávio Ribas, após a colisão com menina, Magno ainda fez uma manobra para esquerda e passou com o veículo sobre o corpo dela. “O atropelamento foi em um cruzamento. Ele tinha três rotas possíveis e estava a uma quadra de distância dela. Conforme testemunhas, ele não estava em alta velocidade, entre 50 e 75 km/hora e tinha um espaço de 5,7 metros para desviar da menina”, explicou o perito.
Em depoimento no dia do crime, o traficante alegou que perdeu o controle da moto ao passar por morro e por isso não conseguiu desviar da vítima. Porém, a perícia fez cinco simulações do mesmo trajeto que ele fez com velocidade entre 50 e 95 km/hora. “ Nenhum momento da simulação teve perda de direção”, ressaltou o perito.
Com o resultado do laudo, o delegado Weber Luciano Medeiros, responsável pela investigação do caso, concluiu o inquérito e indiciou o traficante por homicídio doloso triplamente qualificado. “A maldade desse cidadão é absurda”, disse indignado o delegado.
Magno permanece preso.
Magno tem nove passagens pela Polícia, por tentativa de homicídio, tráfico de drogas, violência doméstica, furto qualificado, portar drogas para consumo pessoal. O traficante foi indiciado por homicídio triplamente qualificado, motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da vítima e resquícios de crueldade. Ele está preso provisoriamente na 2ª Delegacia de Polícia.
O traficante já se envolveu em um episódio parecido. Segundo informações da Polícia Civil, ele jogou o carro contra um policial civil que participou da prisão da mulher dele, por tráfico de drogas, no município de Rio Verde de Mato Grosso, em dezembro do ano passado.
Magno jogou o carro em cima de um investigador para atrapalhar a ação da equipe durante a prisão da esposa. Na época, ninguém se feriu.