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Capital

Versão de legítima defesa revolta família de jovem esfaqueado em clínica

O agressor, de 52 anos, alega ter se defendido, mas a família da vítima afirma que o ataque foi pelas costas

Por Bruna Marques | 05/05/2025 10:27
Versão de legítima defesa revolta família de jovem esfaqueado em clínica
Ferimento na panturrilha da vítima (Foto: Arquivo familiar)

Os familiares do jovem de 26 anos, esfaqueado por um colega dentro de uma clínica de reabilitação na Vila Bandeirante, em Campo Grande, estão inconformados com a versão apresentada pelo agressor. O crime ocorreu na manhã da última sexta-feira (2), e, segundo o autor, teria sido em legítima defesa — alegação contestada pelos familiares da vítima.

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Família contesta versão de legítima defesa em esfaqueamento em clínica de reabilitação. Jovem de 26 anos foi atacado por colega na Vila Bandeirante, Campo Grande. O agressor, de 52 anos, alega ter se defendido, mas a família da vítima afirma que o ataque foi pelas costas e desproporcional. Irmão da vítima relata que o jovem sofreu golpes na panturrilha, joelho e rosto, enquanto o agressor saiu ileso. A família questiona a versão da legítima defesa, apontando a gravidade dos ferimentos e a falta de lesões no agressor. O caso foi registrado como tentativa de homicídio e a família busca justiça.

Na noite do mesmo dia, o suspeito se apresentou à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro, acompanhado de um dos pastores da clínica. À polícia, ele afirmou que apenas se defendeu de uma agressão iniciada pela vítima. No entanto, os familiares denunciam que essa versão não condiz com os fatos.

Fernando Fernandes, irmão da vítima, expressou toda a indignação da família: “Achamos que a justiça seria feita, mas vimos na reportagem que ele alegou legítima defesa. Pelos ferimentos, dá pra ver que foi tentativa de homicídio. Ele atacou meu irmão pelas costas. O primeiro golpe foi na panturrilha, para ele não reagir. Depois veio uma facada no joelho e outra no rosto. Só pararam porque as pessoas separaram”, relatou, revoltado.

Ainda segundo Fernando, o golpe na panturrilha foi profundo que atingiu pele, músculo, tendão e osso. Ele ressalta que a vítima não chegou a reagir nem feriu o agressor. “Tem 120 testemunhas lá dizendo que meu irmão não fez nada. Eles discutiram antes, mas o cara já estava há um ano lá, em abstinência de droga e sexo, e surtou. Meu irmão está lá só há dois meses. Ele fez cirurgia, quase morreu, está na Santa Casa ainda. E o cara não tem nem um arranhão. Como isso pode ser legítima defesa?”, questiona.

Versão de legítima defesa revolta família de jovem esfaqueado em clínica
Jovem levou diversos pontos no rosto (Foto: Arquivo familiar)

A família também está indignada com o fato de o suspeito ter sido liberado após prestar depoimento. Para eles, o ataque foi premeditado e a intenção era matar. “Meu irmão ainda pediu para ele parar. Só não morreu porque seguraram ele. Estamos revoltados com essa versão mentirosa. Queremos que ele retire essa alegação de legítima defesa. Foi uma tentativa de homicídio”, concluiu Fernando.

A reportagem tentou contato com a direção da clínica para obter um posicionamento sobre o ocorrido e a permanência dos envolvidos no local, mas até o momento não houve retorno.

Crime - O caso foi registrado como tentativa de homicídio após o pai da vítima procurar a delegacia. À polícia, o homem relatou recebeu uma ligação do pastor responsável pela clínica avisando que o jovem havia sido esfaqueado e levado para a unidade de saúde no Bairro Tiradentes.

Segundo o relato do pai, a vítima estaria trabalhando no setor de ferramentas, onde é o responsável, quando se desentendeu com o outro interno, homem de 52 anos. Foi então que o autor saiu do local e voltou minutos depois com um facão.

De acordo com o boletim de ocorrência, equipe da Policia Civil esteve na sede da clínica na Rua Brilhante, Vila Bandeirante, logo após o registro feito pelo pai do rapaz de 26 anos. No local, um dos pastores afirmou que o autor havia sido levado para a unidade pelo dirigente do local, mas acabou indo embora.

Versão de legítima defesa revolta família de jovem esfaqueado em clínica
Ferimento no joelho do rapaz (Foto: Arquivo familiar)

Por volta das 20h30 o mesmo pastor foi até a delegacia acompanhado pelo homem. Ao delegado Lucas Caires, ele contou que estava cuidando da jardinagem da clínica quando se desentendeu com o rapaz que ficou irritado ao vê-lo dentro de seu local de trabalho.

O homem então ficou com medo da vítima que foi para cima dele e pegou o facão. O rapaz foi atingido por três sendo um na perna, outra no joelho e no rosto. Em seguida, o autor foi levado para a sede da clínica e depois se apresentou na delegacia onde ressaltou que não queria matar o colega, apenas se defender.

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