Acusado de matar e esquartejar jogador só dará versão a juiz, diz defesa
Preso ontem, Danilo Alves Vieira da Silva, 19, não nega participação em assassinato
Acusado de assassinar o jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, 19, o jovem Danilo Alves Vieira da Silva, 19, só dará sua versão sobre os fatos em juízo. Ele não nega que tenha participação no crime, segundo o advogado Higo Ferré.
Danilo passou por audiência de custódia na tarde desta quinta-feira (17). O encontro com juiz só confirmou a validade da prisão. Segundo o defensor, nas próximas horas, pedido de liberdade será protocolado.
Ferré não quis adiantar detalhes sobre o que o cliente conta da madrugada de 25 de junho, quando Hugo morreu com tiro na cabeça, conforme a investigação. “Os fatos não se deram sob a dinâmica que está sendo ventilada. Vamos demonstrar no processo, no transcorrer da instrução processual vai vir à tona a realidade de tudo. Hugo teve participação nisso tudo também. Não podemos esquecer que Hugo invadiu uma casa. Mas isso a gente vai levar ao processo”, afirmou.
O advogado diz ainda que é preciso “alinhar algumas coisas, para que tudo fique corretamente explicado no processo”.
A defesa explica ainda que Danilo em momento algum pensou em fugir, embora estivesse escondido em uma residência em Iguatemi, cidade a 100 km de Sete Quedas, onde aconteceu o assassinato. A suspeita da Polícia Civil é de que a família do rapaz tenha alugado o imóvel.
“Danilo foi preso ontem [quarta-feira, 16], por volta das 16h, na casa onde estava residindo desde o acontecido. Uma semana após, ele se mudou para Iguatemi, estava morando lá. Jamais se esquivou em responder pelo ato que praticou. O fato de Danilo estar em Iguatemi se deu por várias razões, uma delas foi a própria segurança dele. Sete Quedas é uma cidade pequena e fronteiriça. Mas, ele vir para Iguatemi, só demonstra que em nenhum momento, ele quis empreender fuga para o país vizinho. Ele estava a uma rua do Paraguai. Mas, optou por vir mais para o interior de Mato Grosso do Sul e aguardar o melhor momento para se apresentar”, detalhou o advogado.
Ferré argumenta que tentou negociar a apresentação do cliente com a polícia, com a condição de que Danilo respondesse ao inquérito e processo em liberdade. “Desde o primeiro momento, eu enquanto advogado dele, postulei pela apresentação do Danilo. O problema é que a autoridade policial, fincada num entendimento ultrapassado, entendia que uma semana depois, 10 dias depois, o Danilo ainda estava em flagrante delito. Nós pedimos a reconsideração disso, para que nós pudéssemos apresentá-lo e trazer os esclarecimentos devidos, o que inclusive facilitaria muito a conclusão da investigação policial. Mas, a autoridade policial optou por não mudar esse entendimento”.
A prisão – Contra o rapaz, pesa ordem de prisão preventiva (por tempo indeterminado) expedida pelo juiz Mateus da Silva Camelier, substituto na Vara Única de Sete Quedas, no dia 1º de agosto.
De acordo com o delegado de Iguatemi, Eduardo Ferreira de Oliveira, o paradeiro de Danilo foi descoberto pelo Serviço de Inteligência da Polícia Civil. Danilo estava sozinho e não ofereceu resistência à prisão.
A acusação – De acordo com o que foi divulgado pela investigação, que tramitou em sigilo, Hugo saiu de uma festa em posto de combustíveis em Pindoty Porã, cidade paraguaia que faz fronteira com Sete Quedas, na madrugada do dia 25 de junho. Ele foi deixado por amigos na casa da ex-namorada Rubia Joice de Oliver Luivisetto, de 21 anos, e então não havia sido mais visto. A família então procurou a polícia e registrou um boletim de desaparecimento.
Uma denúncia anônima levou às buscas pelo jogador ao Rio Iguatemi. O Corpo de Bombeiros trabalhou intensamente, sem sucesso nos três primeiros dias, mas, então, a polícia chegou até “Maninho” – amigo de Rubia, que confessou ter ajudado na ocultação do cadáver. Ele apontou onde o corpo do jogador foi desovado, um ponto do rio que passa por dentro da propriedade rural da família de Danilo.
No dia 2 de julho, bombeiros passaram a localizar partes do corpo da vítima. Foi então que a polícia percebeu a premeditação do crime: os envolvidos haviam cortado a vítima em pequenos pedaços.
Após se entregar à polícia, Rubia alegou que Danilo havia atirado em Hugo e depois, fez ameaças de morte para que ela e “Maninho”.
A moça também afirmou que o “ficante” e o amigo foram os responsáveis por colocar o corpo de Hugo na carroceria do veículo dela e se livrarem do cadáver. Disse que não sabia o que havia sido feito do corpo, muito menos do esquartejamento.
Para a polícia, Rubia atraiu o ex-namorado até a casa dela, onde ele foi morto por Danilo. Ela nega qualquer premeditação. Alega que Hugo invadiu a casa e o quarto dela, onde estava com Danilo. Ela se levantou e tentou empurrá-lo para fora do imóvel, quando de repente, pelas suas costas, o “ficante” atirou contra Hugo.
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