Adolescentes fogem de alojamento e denunciam trabalho escravo em lavoura
Os seis trabalhadores paraguaios recebiam menos que os outros e moravam em condições insalubres
Seis trabalhadores paraguaios, entre eles dois adolescentes, foram resgatados por equipe da PM (Polícia Militar) em uma lavoura de mandioca no Assentamento Casa Verde, em Nova Andradina, a 297 km de Campo Grande. Eles eram mantidos em condições análogas à escravidão. O local foi descoberto a partir da denúncia dos garotos, que conseguiram fugir e relatar a situação.
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Seis trabalhadores paraguaios, incluindo dois adolescentes, foram resgatados pela Polícia Militar em condições análogas à escravidão em uma lavoura de mandioca no Assentamento Casa Verde, em Nova Andradina, Mato Grosso do Sul. A descoberta ocorreu após a fuga e denúncia dos jovens. Os trabalhadores eram submetidos a condições degradantes, sem equipamentos de proteção, registro formal ou liberdade de locomoção. O alojamento não possuía infraestrutura básica, com água imprópria para consumo e ausência de banheiros. O caso foi encaminhado à Polícia Federal e ao Ministério Público do Trabalho.
A operação foi realizada ontem. Segundo informações do Jornal da Nova, os policiais encontraram os demais trabalhadores em atividade. O grupo cortava e limpava a plantação com facões e outras ferramentas, sem o uso de qualquer EPI (Equipamento de Proteção Individual). Nenhum deles tinha registro em carteira ou vínculo formal de trabalho.
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De acordo com a polícia, o local era arrendado, e o responsável identificado como “gato”, termo usado para designar o aliciador que recruta e controla os trabalhadores, também exercia funções de vigilância sobre o grupo. Além de receberem menos do que brasileiros na mesma função, os paraguaios tinham a locomoção restrita, já que o transporte até a lavoura era oferecido apenas no início e no fim do expediente.
No alojamento, localizado na sede do distrito de Nova Casa Verde, a equipe encontrou condições consideradas degradantes: cômodos improvisados, sem ventilação, banheiro ou saneamento básico. A água disponível era imprópria para consumo e, segundo os policiais, os trabalhadores faziam as necessidades em buracos cavados no mato. Os colchões estavam espalhados diretamente no chão, em meio à sujeira.
A ocorrência foi encaminhada à Polícia Federal e o MPT-MS (Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul) também foi acionado.
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