André do Rap é procurado na fronteira com MS, onde cumpre "missão de paz" do PCC
Traficante assumiu "negócios" de facção brasileira no Paraguai, diz jornal do país vizinho
André de Oliveira Macedo – o traficante de 43 anos conhecido como “André do Rap”, que fugiu após conseguir um habeas corpus do STF (Supremo Tribunal Federal), revogado horas depois – está em Amambay, estado paraguaio na fronteira com o Mato Grosso do Sul em missão dada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). Órgãos de segurança paraguaios acreditam que Macedo “agora tem o controle absoluto da região”, ou seja, é o novo chefe da facção de origem brasileira na região.
Ainda segundo apuração do jornal ABC Color com agentes de inteligência, o objetivo de “do Rap” é reorganizar o tráfico de drogas, armas e munições, a principal fonte de renda do PCC, em Amambay. Ele é o responsável, portanto, por restabelecer o fluxo do envio de cargas do país vizinho para o Brasil.
Conforme a apuração do jornal paraguaio, “André do Rap” é conhecido pelo comportamento discreto e muito calmo, por isso, a cúpula máxima da “multinacional criminosa” o teria escolhido para pacificar a fronteira, que se tornou árida nos últimos anos.
Cenário de guerra entre facções e até entre pequenas gangues, que disputam o domínio territorial e tentam assumir o controle do principal corredor do tráfico e contrabando do Paraguai para ao Brasil, a região se tornou “terra de ninguém”, gerando enormes prejuízos ao PCC, segundo o serviço de inteligência paraguaio.
Com a chegada de “André do Rap”, que sumiu no dia 10 de outubro, os atentados e contra-ataques já diminuíram, disseram as fontes do ABC Color. Ele é procurado pela polícia paraguaia.
Em matéria publicada pelo jornal El País dias após a soltura de Macedo, autoridades policiais já falavam em fuga de avião para o Paraguai e Bolívia. Condenado a 25 anos de prisão em segunda instância por tráfico internacional de drogas, em 2013 e 2014, “André do Rap” chegou a morar na Holanda durante alguns anos enquanto esteve foragido pela primeira vez. Diz ainda a apuração de El País que o traficante usava uma identidade falsa e por isso, a polícia brasileira acha que será muito difícil capturá-lo desta vez.
Liberdade - Em julgamento de habeas corpus impetrado pela defesa de André do Rap, realizado pela Primeira Turma do STF, o ministro Marco Aurélio votou pela revogação da prisão preventiva do paciente.
A decisão foi revertida pelo presidente da Corte Suprema, Luiz Fux, e pelo restante dos ministros no plenário, mas já não tinha jeito: o criminoso já tinha "evaporado", virando assunto nacional e até motivo de crise interna no Supremo, o órgão mais poderoso do Judiciário.