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Interior

Após suspeitos serem soltos, mãe e menino estuprado mudam de cidade

Adolescentes de 15 e 16 anos, suspeitos de terem cometido o crime, foram colocados em liberdade por falta de vagas em Uneis

Luana Rodrigues | 11/12/2016 14:03
Mulher juntou mudança e com a ajuda de amigos, mudou para cidade que prefere não revelar o nome. (Foto: Angela Bezerra)
Mulher juntou mudança e com a ajuda de amigos, mudou para cidade que prefere não revelar o nome. (Foto: Angela Bezerra)

A cozinheira de 30 anos, mãe de um estudante de 10, que teria sido estuprado por dois adolescentes de 15 e 16 anos, no dia 1º deste mês, em Coxim – distante 260 quilômetros de Campo Grande - decidiu se mudar de cidade com o filho. Os motivos para a mudança, segundo a mãe, são o medo, insegurança, indignação e  o desespero.

Em entrevista ao site Edição de notícias, a mulher, que não terá a identidade revelada em preservação a criança, disse que tomou a decisão depois de receber a notícia de que os suspeitos de abusarem de seu filho haviam sido soltos na última segunda-feira (5), por falta de vaga em um Unei (Unidade Educacional de Internação). Os suspeitos são dois adolescentes, vizinhos da vítima.

“Não tinha mais saída, meu filho não consegue mais ficar em nenhum cômodo da casa sozinho, não fica mais na presença de muitas pessoas, anda na rua olhando para todos os lados assustado, assim como eu está aterrorizado em saber que os adolescentes estão soltos e aqui perto, o jeito é tirar ele daqui, mas a sensação que fica é de impunidade”, desabafou ela.

Conforme a cozinheira, a decisão de se mudar foi difícil de ser tomada, já que ela teve que deixar o emprego, os amigos e a casa onde morava sem precisar pagar aluguel há cinco anos.

Sem recursos para fazer a mudança, a mulher contou com a ajuda da dona do restaurante onde estava trabalhando, mais alguns amigos e membros da igreja que frequenta, que conseguiram arrecadar um pouco de dinheiro para as despesas.

Na quarta-feira (7), o menino voltou à escola, onde fez as provas finais numa sala reservada. A mãe conta que ele sempre teve boas notas e apesar do trauma obteve bom resultado nos testes finais para concluir o ano escolar. A pedido dela, o nome da cidade para onde eles estão se mudando não será divulgado por questão de segurança.

Local onde o garoto foi encontrado dopado após o crime. (Foto: Edição de Notícias)
Local onde o garoto foi encontrado dopado após o crime. (Foto: Edição de Notícias)

Trauma - Segundo a cozinheira, após se recuperar da intoxicação alcoólica, o filho contou que antes do estupro, há dias já não ia à escola, por medo da dupla. O garoto contou a mãe, que os adolescentes ameaçavam agredí-lo no colégio e diziam que iriam obrigá-lo a ingerir bebida alcoólica, o que é contra a religião dele e de sua família.

A mãe explicou que chegou a receber uma ligação da coordenadora da escola por conta das faltas do filho, mas, o fato coincidiu com a falta do menino por ter extraído um dente e ela não desconfiou.

Conforme a mulher, o filho foi pego pela dupla quando estava a caminho da escola na manhã de 1º de dezembro. “Ele foi forçado a entrar na casa de um deles, a mãe estava viajando e deixou o imóvel por conta do adolescente com bebida ao alcance, lá meu filho foi obrigado a ingerir bebida alcoólica, até ser intoxicado e depois foi abusado sexualmente”, disse a mãe.

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