ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 32º

Interior

Deputado diz que polícia perdeu controle da fronteira para os criminosos

Político afirmou hoje que estado de Amambay virou zona de guerra e que poder paralelo tomou conta dos dois lados da fronteira

Helio de Freitas, de Dourados | 11/08/2016 12:04
Deputado Juan Bartolomé Ramírez (à direita) (Foto: ABC Color)
Deputado Juan Bartolomé Ramírez (à direita) (Foto: ABC Color)
Carro de Jorge Rafaat metralhado no centro de Pedro Juan, em junho; zona de guerra (Foto: Leo Veras)
Carro de Jorge Rafaat metralhado no centro de Pedro Juan, em junho; zona de guerra (Foto: Leo Veras)

A polícia e o Ministério Público perderam o controle da fronteira do Paraguai com o Brasil e quem manda na região, principalmente no departamento (equivalente a estado) de Amambay são os criminosos, afirmou hoje (11) o deputado liberal paraguaio Juan Bartolomé Ramírez.

Segundo ele, a faixa de fronteira de seu país com Mato Grosso do Sul virou “zona de guerra” e policiais e promotores não têm como fazer frente ao poderio dos narcotraficantes. Em entrevista à rádio ABC Cardinal, de Assunção, Ramírez afirmou que existe na região um poder paralelo criminoso sem nenhum tipo de controle das autoridades.

Desde junho, quando o chefão do crime organizado Jorge Rafaat Toumani foi executado a tiros de metralhadora no centro de Pedro Juan Caballero, a região enfrenta uma guerra declarada e dezenas de pessoas já foram mortas em menos de dois meses. Ontem à noite ocorreram mais duas execuções – uma em Ponta Porã e outra no lado paraguaio da fronteira seca.

O deputado comentou sobre o assassinato do prefeito de Bella Vista Norte, Miguel Louteiro Echeverría, ocorrido no dia 5 deste mês, a quem considerava “um amigo”.

Juan Ramírez disse que a segurança pública de Amambay é “totalmente ultrapassada” e não tem capacidade de responder aos criminosos. Segundo ele, as quadrilha de narcotraficantes possuem estrutura quase militar e são cada vez mais respeitados na medida em que cometem crimes.

“É uma guerra comercial, uma disputa sobre quem melhor lida com esses territórios", disse o deputado.

Sobre a morte de Miguel Louteiro, Ramírez disse considerar difícil até mesmo de analisar. “Foi um homem de bem ao longo de sua vida. O conhecia há mais de 35 anos”.

Nos siga no Google Notícias