Direção do MST divulga nota de repúdio e cita atuação policial como ilegal

A direção nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) se pronunciou nas redes socias e no site oficial repudiando a ação da Polícia Militar nesta manhã em Dourados, onde integrantes do acampamento Esperança começaram a montar barracos em propriedade da empresa JBS e pediam a presença do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

Segundo a nota de repúdio, a área é reivindicada há 12 anos para fins de reforma agrária e a atuação da Tropa de Choque e do Departamento de Operações Especiais da Fronteira teria sido “ilegal, sem mandado judicial e de forma truculenta”. Ao menos 300 famílias participavam da investida e foram despejadas da área.

“Após a ocupação, drones sobrevoaram a área e somente ontem, a polícia já havia feito três idas ao acampamento, alegando ser ordem do Batalhão de Campo Grande (MS) e que viria a liminar de despejo hoje. Porém, durante a madrugada a polícia fechou a rodovia que liga o acampamento à cidade, não deixando acesso de entrada nem de saída das famílias ocupantes”, afirma o comunicado.

A nota ainda informa que houve tiros de bala de borracha e uso de gás lacrimogêneo. Logo em seguida, os barracos foram derrubados. A área localizada no Distrito de Panambi, próximo à rodovia MS-379 e pertence à empresa JBS Aves, de acordo com o titular da Sejusp (Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública), Antônio Carlos Videira.

“Dessa forma, repudiamos as constantes violências sofridas contra o acampamento já existente e pedimos urgência para que essas famílias possam ser assentadas. Apenas em 2024, a comunidade foi alvo de três incêndios e um ataque de pistoleiros”, reforça a nota.